A projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano é de 2,23%, segundo dados atualizados
Pela oitava semana consecutiva, instituições financeiras revisaram para baixo a previsão do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador que mede a inflação oficial no Brasil. A estimativa atual, divulgada nesta segunda-feira (21) pelo Boletim Focus do Banco Central, é de 5,10% para 2025 — queda em relação aos 5,17% projetados anteriormente.
Para os anos seguintes, as perspectivas também foram ajustadas: 4,45% em 2026, 4% em 2027 e 3,8% em 2028. A projeção para o próximo ano, contudo, permanece acima do teto da meta inflacionária determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), fixada em 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. Com isso, o limite superior chega a 4,5%.
Inflação desacelera em junho, mas ainda supera a meta
Apesar da pressão exercida pelo aumento na tarifa de energia elétrica, o IPCA registrou variação de 0,24% em junho, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse resultado marcou a primeira retração nos preços dos alimentos em nove meses.
Ainda assim, a inflação acumulada em 12 meses chegou a 5,35%, permanecendo pelo sexto mês seguido acima da meta estabelecida pelo CMN. De acordo com o novo regime em vigor desde 2024, esse intervalo configura descumprimento da meta, exigindo do presidente do BC uma carta explicativa dirigida ao ministro da Fazenda. O documento precisa apresentar as causas do desvio, ações corretivas e a estimativa de tempo necessário para a recuperação do índice.
Selic elevada: impacto sobre economia e inflação
A taxa básica de juros (Selic) permanece em 15% ao ano, conforme decisão do Comitê de Política Monetária (Copom). Na última reunião, o colegiado promoveu a sétima elevação consecutiva — aumento de 0,25 ponto percentual — em resposta às incertezas econômicas.
Na ata divulgada após o encontro, o Copom sinalizou estabilidade nas próximas reuniões, embora não descarte novos ajustes caso a inflação volte a subir. A medida surpreendeu parte dos analistas, que esperavam manutenção da taxa.
As projeções do mercado indicam que a Selic deverá encerrar 2025 no atual patamar de 15%, com expectativa de queda gradual nos anos seguintes: 12,5% em 2026, 10,5% em 2027 e 10% em 2028.
Conforme destaca o BC, juros mais altos têm como objetivo conter a demanda excessiva e controlar a inflação, tornando o crédito mais caro e incentivando a poupança. No entanto, a elevação da Selic também pode limitar o crescimento da economia, já que os bancos consideram fatores adicionais na definição das taxas finais ao consumidor, como inadimplência e custos operacionais.
PIB deve crescer 2,23% em 2025, prevê mercado
A projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 foi mantida em 2,23%, segundo o Boletim Focus. Para 2026, houve leve recuo: de 1,89% para 1,88%. As estimativas para 2027 e 2028 indicam expansão de 2% em cada período.
No primeiro trimestre de 2025, o desempenho positivo da agropecuária impulsionou o crescimento da atividade econômica, que avançou 1,4%, de acordo com o IBGE. Em 2024, o PIB brasileiro cresceu 3,4%, consolidando o quarto ano consecutivo de expansão — o maior desde 2021, quando a economia teve alta de 4,8%.
Dólar deve atingir R$ 5,65 até o fim do ano
A expectativa é que a cotação da moeda norte-americana feche 2025 em R$ 5,65, segundo projeções do mercado. Para o final de 2026, a previsão é de leve alta, com o dólar estimado em R$ 5,70.