O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou uma inflação de 4,83% em 2024, superando o limite superior da meta estabelecida pelo Banco Central para o período.
A divulgação dos dados foi feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 10 de janeiro. O índice, que reflete a variação média dos preços em todo o país, teve um aumento de 0,52% em dezembro.
Esse número representa uma elevação de 0,21 ponto percentual em relação ao ano anterior, quando a inflação ficou em 4,62%. Em 2023, a meta de inflação estava fixada em 3,25%, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, ou seja, dentro do limite da meta. Para 2024, a meta foi estabelecida em 3%, com variação permitida de até 4,5%.
Os principais responsáveis pela pressão inflacionária no ano passado foram os grupos de Alimentação e Bebidas, que tiveram um aumento acumulado de 7,69% em 12 meses, Saúde e Cuidados Pessoais (6,09%) e Transportes (3,30%). Juntos, esses três grupos foram responsáveis por cerca de 65% do total da inflação registrada.
Gasolina lidera os impactos individuais sobre a inflação
Dentro dos subitens analisados pelo IPCA, a gasolina foi o item que teve o maior impacto individual sobre o índice, com alta de 9,71% em 2024. Outros subitens com grande contribuição foram o Plano de Saúde, com aumento de 7,87%, e a Refeição fora do domicílio, que subiu 5,70% ao longo do ano.
Por outro lado, alguns itens com preços mais voláteis, como Passagens aéreas, Tomate e Cebola, ajudaram a reduzir o índice. As passagens aéreas registraram uma queda de 22,20%, enquanto o preço do tomate caiu 25,86% e o da cebola, 35,31%.
Fernando Gonçalves, gerente do IPCA, destacou que a alta dos alimentos foi fortemente influenciada por condições climáticas adversas que afetaram várias regiões do Brasil ao longo de 2024. Ele também ressaltou que, assim como em 2023, a gasolina foi um dos principais fatores de pressão inflacionária.
Inflação varia entre as regiões brasileiras
Em termos regionais, o IBGE identificou que São Luís teve a maior inflação acumulada em 2024, com 6,51%, impulsionada principalmente pelas altas no preço da gasolina (14,24%) e das carnes (16,01%). Belo Horizonte e Goiânia seguiram com inflação de 5,96% e 5,56%, respectivamente.
Na Região Metropolitana de São Paulo, que responde por cerca de 32% do IPCA nacional, a inflação foi de 5,01%. No Rio de Janeiro, terceira maior influência no IPCA nacional, o índice de inflação fechou em 4,69%. O menor índice foi registrado em Porto Alegre, com 3,57%, devido à queda de preços locais, especialmente de cebola (-42,47%), tomate (-38,58%) e passagens aéreas (-16,94%).
Maiores altas:
- Café: 39,6%
- Cigarro: 23,94%
- Contrafilé: 20,06%
- Leite: 18,83%
- Etanol: 17,58%
- Gasolina: 9,71%
- Mensalidades do ensino fundamental: 8,86%
- Serviços bancários: 8,03%
- Planos de saúde: 7,87%
- Lanches: 7,56%
Maiores quedas:
- Cebola: -35,31%
- Tomate: -25,86%
- Passagem aérea: -22,20%
- Batata inglesa: -12,53%
- Pacote turístico: -3,84%
- Aparelho telefônico: -2,20%
- Automóvel usado: -1,08%
- Emplacamento e licença: -1,01%
- Energia residencial: -0,37%
Da Redação/Click News/Terra