Estudo da Confederação Nacional da Indústria mostra que, apesar de avanços na atividade industrial em fevereiro, rendimento médio e massa salarial seguem em queda
A atividade da indústria de transformação apresentou sinais de recuperação em fevereiro deste ano, com crescimento no faturamento, no número de horas trabalhadas e no emprego. Contudo, os dados também indicam que o rendimento médio real dos trabalhadores do setor, assim como a massa salarial, recuaram no mesmo período.
As informações constam do relatório “Indicadores Industriais”, divulgado nesta segunda-feira (7) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). De acordo com o levantamento, o emprego no setor cresceu 0,4% entre janeiro e fevereiro, mantendo a tendência de alta observada no início de 2025. No acumulado do ano, o número de postos de trabalho registra crescimento de 0,8%.
“Embora 0,4% seja um percentual baixo, trata-se de um crescimento significativo quando falamos de uma evolução mensal do emprego”, afirma Marcelo Azevedo, gerente de análise econômica da CNI.
O faturamento real da indústria também teve desempenho positivo, com avanço de 1,6% no mês. É a segunda alta consecutiva do indicador, que acumula crescimento de 5,5% no primeiro bimestre. Na comparação com o mesmo período de 2024, a expansão atinge 11,8%.
Outro indicador que reforça o bom momento da atividade industrial é o número de horas trabalhadas na produção, que subiu 2% em fevereiro. O acumulado do ano aponta crescimento de 3,3%, enquanto a comparação com o bimestre do ano anterior revela alta de 4,5%.
Queda na renda
Apesar da recuperação da atividade produtiva, os dados relativos à remuneração dos trabalhadores mostram um cenário oposto. O rendimento médio real caiu 1% em fevereiro em relação a janeiro. No acumulado do bimestre, a retração é de 4,1% frente ao mesmo período de 2024.
A massa salarial real do setor também apresentou queda, com recuo de 0,6% no mês. Na comparação entre os primeiros bimestres de 2024 e 2025, o indicador registra baixa de 1,4%.
Os resultados sugerem que, mesmo com a melhora nos índices de atividade, os benefícios ainda não têm se refletido de forma proporcional nos ganhos dos trabalhadores. A CNI não apresentou explicações detalhadas sobre os fatores que contribuem para esse descompasso.