Recentemente, assisti a um vídeo do Haroldo Dutra Dias, que focava no tema “Honrar Pai e Mãe”.( https://youtu.be/KeKRi1QgnFg?si=-xFoj3ukwNyIizVf ). Confesso que fui fisgado não apenas pelas palavras, mas pelas emoções que despertaram.
O vídeo me levou a uma daquelas reflexões que nos tiram do lugar. Daquelas que fazem o coração bater mais devagar, como se pedisse silêncio para sentir. ♂️❤️
Honrar pai e mãe não é apenas um mandamento, uma regra da vida — é um chamado à consciência e à gratidão.
É reconhecer que não nascemos do acaso, mas de uma história. Uma história de amor, de esforço, de limitações e de superações.
O presente mais precioso: a vida
Ao pensar nos meus pais, sinto uma gratidão que não cabe em palavras.
Eles me deram o que tinham de mais sagrado: a vida. E, com ela, vieram também os cuidados, os conselhos, os olhares silenciosos de preocupação, e os abraços que curavam até a alma.
Eles me deram o que tinham. E isso foi muito.
Se não puderam dar mais, hoje eu compreendo: isso também é parte do amor. Amar é aceitar o outro por inteiro — com os erros, acertos, medos e silêncios. ✨
Essa compreensão me ajuda, hoje, a ser também o pai que posso ser.
Ofereço aos meus filhos o melhor de mim — e quando não consigo mais que isso, me perdoo, assim como perdoei os meus.
Uma história de coragem e simplicidade
Tudo começou em 1936.
Meus pais, vindos do meio rural, decidiram construir uma vida juntos.
Simples? Talvez. Corajosa? Sem dúvida.
Dessa união nasceu uma família sustentada por três pilares:
Pai, Mãe e Irmãos.
Essa estrutura foi nossa base — nossa rocha firme que nos amparou nas tempestades e nos alegrou nas bonanças. ⚓
Entre irmãos, claro, houve atritos, birras e aprendizados.
Mas o mais bonito é perceber que foi justamente nessas diferenças que crescemos juntos.
Cada um foi, ao seu modo, um espelho e um mestre para o outro.
Nem toda família é igual…
É verdade que nem todos têm a mesma sorte.
Há lares onde o afeto é escasso, onde as feridas são mais profundas que os sorrisos.
Mas mesmo nesses casos, honrar pai e mãe pode ser um caminho de cura.
Não é sobre idealizar, mas sobre compreender.
É olhar com compaixão para aqueles que, mesmo falhando, tentaram à sua maneira.
E aí está o milagre do perdão: ele liberta a dor e nos devolve a paz.
Meus pais, meus mestres
Meus pais viveram 64 anos juntos.
Mesmo sem escolaridade, valorizavam a educação e semearam em nós o amor pelo estudo e pela honestidade.
Não tinham diplomas na parede, mas tinham lições vivas na alma.
E foram essas lições que construíram nossa família.
Hoje, ao olhar para meus filhos — e já para os filhos deles —, percebo o ciclo se completando.
O que aprendi, ensinei. O que recebi, reparti.
Honrar pai e mãe é isso:
olhar para trás com respeito,
viver o presente com consciência,
e lançar ao futuro as sementes do bem.
Um elo que não se rompe
Embora meus pais estejam hoje no mundo espiritual, sinto sua presença em cada gesto de carinho, em cada valor que carrego comigo.
Eles são, para mim, luz que nunca se apaga. ️
E é com essa luz que sigo iluminando o caminho dos que vieram depois.
Essa é a verdadeira herança.
Não é material, mas eterna.
É a herança do amor, da coragem, da fé.
Que Deus nos conceda a virtude de permanecermos unidos, gratos e amorosos.
Porque, no fim, honrar pai e mãe é manter viva a chama daquilo que fomos e que desejamos continuar sendo.
