“A detecção rápida desses sinais pode ser decisiva para evitar situações graves, como parto prematuro, morte materna ou fetal”, afirma o obstetra Affonso Honorato, diretor-técnico do Hospital e Maternidade Municipal Dona Iris.
No Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, obstetra reforça a importância do diagnóstico precoce para evitar complicações durante a gestação
A hipertensão arterial é uma condição que, embora silenciosa, pode se tornar ainda mais perigosa quando afeta gestantes, aumentando significativamente o risco de complicações tanto para a mãe quanto para o bebê. No contexto do Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, celebrado nesta sexta-feira (26), o ginecologista e obstetra Affonso Honorato, diretor-técnico do Hospital e Maternidade Municipal Dona Iris (HMDI), em Goiânia, alerta sobre os perigos da pressão alta durante a gravidez e destaca o papel fundamental do pré-natal na identificação precoce da doença.
Segundo o especialista, é preciso atenção a sintomas que podem indicar elevação da pressão arterial, como dor de cabeça persistente (especialmente se irradiada para a nuca), inchaço nos pés, visão turva e, em casos mais graves, convulsões. “A detecção rápida desses sinais pode ser decisiva para evitar situações graves, como parto prematuro, morte materna ou fetal”, afirma Honorato.
Fatores de risco e prevenção
Diversos fatores podem contribuir para o desenvolvimento da hipertensão na gestação, entre eles obesidade, sedentarismo, alimentação inadequada, idade materna (muito jovem ou acima de 35 anos) e até mesmo a troca de parceiro entre uma gestação e outra. Diante desses riscos, o médico reforça que a condição pode exigir acompanhamento intensivo, uso de medicação específica e, em certos casos, até internação hospitalar.
O pré-natal regular é a ferramenta mais eficaz para prevenir e controlar a hipertensão durante a gravidez. “Além das consultas periódicas, é fundamental manter uma rotina de exercícios físicos leves, melhorar a alimentação e controlar o ganho de peso. A suplementação de cálcio, conforme os protocolos atualizados do Ministério da Saúde, também pode ajudar na prevenção da pré-eclâmpsia”, explica o obstetra. Ele também destaca a importância da suplementação de cálcio, recomendada pelos protocolos atualizados do Ministério da Saúde, como forma de reduzir o risco de pré-eclâmpsia — uma das formas mais graves de hipertensão gestacional.
Diferentes tipos de hipertensão
O acompanhamento médico permite identificar qual tipo de hipertensão a gestante apresenta: hipertensão gestacional, hipertensão crônica, pré-eclâmpsia ou pré-eclâmpsia sobreposta à hipertensão crônica. Cada quadro demanda tratamentos específicos, que podem incluir o uso de aspirina em baixas doses desde o início da gestação ou a combinação de até três medicamentos anti-hipertensivos.
Além do tratamento medicamentoso, mudanças no estilo de vida são essenciais para garantir o bem-estar da mãe e do bebê. “Adotar uma alimentação equilibrada, controlar o estresse e manter uma rotina de atividades físicas supervisionadas são atitudes indispensáveis”, reforça Honorato.
Rede de atendimento em Goiânia
Em Goiânia, gestantes com sintomas de hipertensão podem buscar atendimento nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) para iniciar o acompanhamento. Se necessário, são encaminhadas para os serviços de pré-natal de alto risco, disponíveis nas maternidades públicas da capital. Em situações emergenciais, a orientação é procurar atendimento diretamente nas unidades de pronto atendimento obstétrico.
“A hipertensão na gestação é uma condição que pode ser controlada, desde que seja identificada a tempo e acompanhada de maneira responsável. O mais importante é que a mulher esteja atenta aos sinais que o corpo dá”, finaliza o obstetra.