Grupo afirma que governo israelense busca desestabilizar trégua com restrições a ajuda humanitária.
O grupo Hamas acusou Israel, nesta segunda-feira (3), de tentar inviabilizar o acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza. A denúncia foi feita por meio de um vídeo divulgado em Doha, no Catar, em resposta à decisão do governo israelense de suspender a entrada de ajuda humanitária no território, além da ameaça de corte no fornecimento de energia e água.
“A ocupação [israelense] pressiona para que as coisas voltem à estaca zero e para derrubar o acordo através das alternativas que propõe”, afirmou Osama Hamdan, alto representante do Hamas.
O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, reforçou a posição do governo, classificando a suspensão da ajuda humanitária como “o primeiro passo na direção certa”. Ele ainda declarou que a próxima etapa incluiria restrições severas ao fornecimento de serviços essenciais.
“A próxima fase será um corte na eletricidade e na água em Gaza, seguido de um ataque massivo, letal e rápido que levará à conquista do território e ao encorajamento do plano de Trump para a migração da população”, afirmou Smotrich, referindo-se à proposta do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de reassentamento da população palestina fora da região.
O cessar-fogo entre Israel e Hamas teve sua primeira fase encerrada em 1º de março, mas o grupo palestino ainda mantém cerca de 60 reféns em Gaza. Em discurso no Parlamento, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, sinalizou que as operações militares continuarão. “Estamos nos preparando para as próximas fases da guerra de renascimento”, declarou.