O ministro descartou a ideia de aumentar o IOF sobre a saída de dólares do Brasil como forma de frear a valorização da moeda, afirmando: “Não há discussão sobre a mudança do regime cambial no país.”
Fernando Haddad, antecipou o retorno de suas férias nesta segunda-feira (6) para uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O encontro teve como principal objetivo dar sequência às pautas econômicas para o ano de 2025, com destaque para a votação do Orçamento no Congresso Nacional.
Após o encontro, Haddad explicou que apresentou ao presidente o planejamento do Ministério da Fazenda, agendando reuniões futuras e destacando o início dos trabalhos legislativos. “Foi o primeiro despacho do ano, com a definição das pautas”, declarou Haddad a jornalistas.
O Orçamento de 2025 não foi votado pelo Legislativo no final do ano passado, devido à necessidade de tramitação acelerada do pacote de cortes de gastos. A previsão é que a proposta orçamentária seja apreciada em fevereiro. A falta de aprovação da peça orçamentária impõe limitações ao governo, especialmente no início do ano. “Há uma regra que diz que, enquanto o Orçamento não é aprovado, a execução no começo do ano sempre é mais lenta”, explicou o ministro, acrescentando que será necessário ajustar a proposta orçamentária às novas normas fiscais aprovadas no final de 2024.
Quanto ao cenário cambial, Haddad desmentiu rumores sobre um possível aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre a saída de dólares do Brasil, medida que estaria sendo cogitada para tentar conter a alta da moeda norte-americana. O ministro afirmou que a oscilação do dólar faz parte de um processo natural de acomodação, e que o governo não pretende modificar o regime cambial. “O estresse do final de 2024, tanto no Brasil quanto no mundo, afetou a moeda, mas isso tende a se ajustar”, explicou, ressaltando ainda declarações recentes de Donald Trump que também indicam uma moderação nas políticas econômicas externas.
Além disso, o ministro anunciou que o governo aguarda a eleição dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado para iniciar a discussão sobre a reforma da renda. Haddad explicou que o projeto está em fase de ajustes, com a identificação de algumas inconsistências no modelo proposto. “A Receita Federal ainda não rodou o novo modelo, mas esperamos concluir esse trabalho nos próximos dias”, disse o ministro, indicando que a reforma avançará assim que os detalhes técnicos estiverem prontos.
Com esses ajustes nas pautas, o governo federal busca iniciar o ano com as bases financeiras mais sólidas, apesar dos desafios impostos pela pendência orçamentária e o cenário global volátil.