“Foi um dia com bastante reuniões e com resultados positivos no sentido de trabalhar e achar canais de diálogo para diminuir essa carga tributária”, afirmou Caiado. Segundo ele, a diplomacia será o principal instrumento para construir pontes com o governo norte-americano: “Vamos usar da articulação, como tenho feito, para ampliar essa discussão no sentido de mostrar que somos parceiros”, reforçou o governador Ronaldo Caiado.
Caiado reforça diálogo diplomático e propõe soluções para setores estratégicos
O governador Ronaldo Caiado reuniu-se, na tarde da última quarta-feira (23/7), com lideranças das cadeias produtivas de mineração, soja e cítricos para debater os impactos da tarifação de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos. A medida, anunciada pelo presidente americano Donald Trump, tem previsão de entrar em vigor a partir de 1º de agosto e preocupa diretamente o setor produtivo goiano.
“Foi um dia com bastante reuniões e com resultados positivos no sentido de trabalhar e achar canais de diálogo para diminuir essa carga tributária”, afirmou Caiado. Segundo ele, a diplomacia será o principal instrumento para construir pontes com o governo norte-americano: “Vamos usar da articulação, como tenho feito, para ampliar essa discussão no sentido de mostrar que somos parceiros”, reforçou.
Linha de crédito e ouvidoria econômica ampliam apoio empresarial
As reuniões setoriais ocorreram um dia após o anúncio de linhas de crédito emergenciais pelo Governo de Goiás, destinadas a mitigar prejuízos e preservar empregos. O Estado tornou-se pioneiro ao adotar medidas concretas de proteção econômica desde o anúncio do tarifaço.
No setor da mineração, os reflexos já são evidentes. Luiz Antônio Vessani, presidente do Sindicato das Indústrias de Mineração de Goiás e do Distrito Federal (Minde), relatou cancelamentos de pedidos após o anúncio da tarifação. “Estamos preocupados, principalmente com a parte da vermiculita”, destacou. A vermiculita, mineral com aplicação industrial e agrícola, tem nos EUA seu principal mercado comprador.
Lucas Campos, da Brasil Minérios, detalhou que 60% da produção goiana de vermiculita é enviada ao território norte-americano, especialmente para uso na construção civil. Já Luiz Curado, da TGM Mineração, ressaltou as dificuldades no diálogo com agências de fomento internacionais após o anúncio da tarifa: “Fica difícil a conversa por conta do tarifaço”, lamentou.
Para Vessani, as propostas do governo estadual — como crédito facilitado e criação de uma ouvidoria setorial — são essenciais: “Vamos conseguir melhorar as consequências tão nefastas desse tarifaço”, avaliou.
Setor agrícola alerta para riscos nas exportações e queda de rentabilidade
Na sequência, o governador se reuniu com representantes da soja e dos cítricos. Clodoaldo Calegari, presidente da Aprosoja Goiás, indicou preocupações com a cadeia de exportação de carnes, uma vez que a soja é matéria-prima na formulação de ração. “Tudo ainda demanda um estudo mais aprofundado de quão longe vai esse impacto”, observou.
O dirigente também apontou a ameaça de tarifação recíproca na importação de maquinário agrícola, somada à queda de produtividade da safra em função do clima: “Se tivermos mais um período desfavorável, as dificuldades se agravarão ainda mais”. Calegari ainda mencionou a baixa no preço da arroba bovina e dos leilões de animais como fatores críticos.
Exportações de café e laranja podem sofrer retração imediata
Eduardo Veras, vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás, acrescentou que o setor de cítricos pode ser afetado indiretamente. Goiás exporta laranja para São Paulo e Minas Gerais, que poderiam reduzir as compras caso o comércio com os EUA seja interrompido.
A maior preocupação, porém, está no café. “Os Estados Unidos representam 16% do produto que nós exportamos. Os produtores goianos terão reflexos diretos no caso dessa taxação”, advertiu Veras. No primeiro semestre de 2024, o Estado exportou US$ 50 milhões em café.
Conselho de diálogo permanente para ouvir demandas setoriais
Encerrando a agenda, o governador destacou que as reuniões inauguram um conselho permanente para escutar os diferentes setores produtivos: “Serão sempre encontros por cada setor. Acho que foi mais inteligente porque conseguimos definir bem a preocupação de cada um”.
Os encontros seguem nesta quinta-feira (24/7), com representantes do setor sucroenergético.
