Páginas que imitam grandes varejistas oferecem descontos irreais e aceitam apenas Pix; especialistas alertam para aumento de golpes durante a temporada
Golpe se espalha com páginas que imitam lojas conhecidas
Criminosos estão usando a aproximação da Black Friday para multiplicar sites falsos que se passam por grandes varejistas. Pesquisadores da ESET identificaram páginas que reproduzem o visual de marcas como Shopee e Havan, oferecendo supostos descontos de até 70% e exigindo pagamento exclusivo via Pix.
No caso da página que simulava a Shopee, um console que custa cerca de R$ 3 mil em lojas confiáveis era anunciado por R$ 2 mil. “Golpistas exploram períodos de alta procura, como a Black Friday, para aplicar engenharia social”, afirma Daniel Barbosa, pesquisador de segurança da ESET. Segundo ele, a combinação de URLs fraudulentas e layout semelhante ao original facilita a captura de pagamentos e dados pessoais que podem ser usados em fraudes futuras.
Aumento de domínios suspeitos reforça alerta
Somente em outubro, 1.519 novos domínios contendo nomes como “Amazon”, “AliExpress” e “Alibaba” foram registrados — alta de 24% em relação a setembro e de 12% na comparação com outubro de 2024, conforme levantamento da Check Point Software. Links fraudulentos relacionados à Shopee e Havan têm circulado principalmente por anúncios em redes sociais, além de e-mails e mensagens SMS.
Técnica da urgência é usada para pressionar consumidores
Ao acessar os sites suspeitos, é comum encontrar contagem regressiva, alertas de “últimas unidades” e estoque supostamente reduzido — táticas clássicas para apressar a decisão de compra e evitar que a vítima verifique a autenticidade da página.
Durante a finalização da compra, os golpistas solicitam dados pessoais como nome, e-mail e telefone, reforçando o risco de roubo de identidade.
Como identificar sites fraudulentos
Especialistas recomendam atenção redobrada ao endereço eletrônico. Marcas brasileiras costumam operar domínios “.com.br” ou “.com”, mas links que terminam em extensões incomuns — como “.app” — merecem desconfiança. Um dos golpes identificados pela ESET usava a grafia “Shope” no lugar de “Shopee”.
Também é comum que páginas falsas apresentem falhas estruturais: na versão fake da Havan, por exemplo, ícones de redes sociais não levavam a lugar algum. Preços muito abaixo do mercado e a oferta exclusiva de pagamento via Pix são outros sinais recorrentes. “Mesmo quando o desconto não parece tão absurdo, a limitação ao Pix já é um indicativo de golpe”, reforça Daniel Barbosa.
O que fazer ao cair em um golpe
Quem for vítima de fraude deve procurar imediatamente o banco e solicitar o Mecanismo Especial de Devolução (MED), ferramenta que permite tentar reaver valores transferidos via Pix.



