Influenciador relata prejuízo de R$ 4 mil e especialistas alertam para cuidados essenciais
Caso em São Paulo expõe vulnerabilidade
Um vídeo publicado no TikTok, que já ultrapassa 600 mil visualizações, trouxe à tona o chamado “golpe do cartão trocado”, prática criminosa que vem se disseminando em diversas cidades brasileiras. O relato é do influenciador Lucas Hiroshi, de 25 anos, que afirma ter perdido R$ 4 mil após comprar uma garrafa de água de R$ 3 em Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo.
Lucas explica que utilizava um cartão múltiplo (crédito e débito) do Mercado Pago, sem nome impresso, detalhe que, segundo ele, dificultou a percepção da troca realizada pelo golpista. O crime ocorreu na noite do feriado de 15 de novembro, em uma rua movimentada.
Estratégia do golpista
De acordo com o influenciador, o vendedor alegou que o pagamento por aproximação estava falhando e solicitou a inserção do cartão na maquininha, que apresentou sucessivos erros. Diante da situação, Lucas optou por realizar um PIX. Nesse intervalo, sem que percebesse, o ambulante substituiu o cartão por outro idêntico, da mesma instituição emissora.
Para reforçar a encenação, o vendedor ainda alertou Lucas e um amigo sobre supostos ladrões de celular na região, o que reduziu a desconfiança. Cerca de meia hora depois, o jovem recebeu uma notificação para confirmar uma compra de R$ 900. Ele cancelou a transação e bloqueou o cartão, mas já havia sofrido dois saques de aproximadamente R$ 1.000 cada, além de outras compras não autorizadas. O prejuízo total chegou a R$ 4.000.
Repercussão e recorrência
Nos comentários do vídeo, diversos internautas relataram experiências semelhantes, indicando que o golpe se repete em locais de grande circulação, como saídas de shows, festas e eventos de rua.
A Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) destacou que o sistema brasileiro é considerado um dos mais avançados do mundo e que investimentos contínuos reduziram as fraudes em quase 40% nos últimos três anos.
Principais golpes envolvendo cartões e maquininhas
- Maquininha com visor danificado: impede o cliente de verificar o valor digitado, permitindo cobranças indevidas.
- Maquininha infectada: vírus como o Prilex bloqueiam o pagamento por aproximação e forçam a inserção do cartão, possibilitando clonagem.
- Cobrança por aproximação indevida: criminosos aproximam maquininhas escondidas em bolsas ou mochilas da carteira da vítima.
- Troca de cartão: prática comum em aglomerações, quando o golpista devolve um cartão idêntico ao da vítima — situação vivida por Lucas.
Especialistas também alertam para fraudes raras envolvendo módulos Bluetooth instalados em maquininhas sem fio, capazes de capturar dados digitados. Apesar da sofisticação, esse método é menos frequente devido à criptografia dinâmica dos cartões com chip. Segundo analistas, o maior desafio atual é a engenharia social, quando criminosos manipulam o comportamento da vítima durante a compra.
Como se proteger do golpe do cartão trocado
- Nunca entregue o cartão físico ao vendedor.
- Se o pagamento por aproximação falhar, tente novamente em outra maquininha.
- Persistindo o erro, prefira PIX ou dinheiro.
- Desconfie de mensagens pedindo inserção do cartão após falhas.
- Acompanhe a fatura e ative notificações no aplicativo do banco.
- Considere desativar a função de pagamento por aproximação.
- Sempre confira o valor no visor antes de digitar a senha.



