O lançamento das obras de expansão do sistema de esgotamento sanitário na Vila Alto da Glória marcou, nesta quarta-feira (16), uma nova etapa no avanço da infraestrutura de saneamento em Goiânia.
A solenidade contou com a presença do prefeito Sandro Mabel, que celebrou o reconhecimento da capital como a mais bem posicionada no Ranking do Saneamento 2025, elaborado pelo Instituto Trata Brasil.
O levantamento, que avalia os cem municípios mais populosos do país, coloca Goiânia como a primeira entre as capitais brasileiras em cobertura de saneamento básico. Segundo o estudo, 99,62% da população está atendida com abastecimento de água e coleta de esgoto, desempenho que supera com folga a média nacional de 55,2%.
Marco legal antecipado: universalização do serviço já é realidade
Os índices obtidos pela capital goiana indicam que a universalização do acesso ao esgotamento sanitário — meta estipulada para 2033 pelo Marco Legal do Saneamento — já é uma realidade consolidada na cidade. O prefeito destacou os efeitos positivos dessa cobertura na qualidade de vida da população. “Essa é uma grande notícia que está beneficiando milhares de famílias que vão ter essa comodidade de ter água e esgoto. E um esgoto que já vai para uma estação de tratamento. Isso impacta na saúde e no meio ambiente, pois temos redução de doenças com um esgoto devidamente tratado e em uma segurança de abastecimento de água potável para a população”, afirmou.
Distribuição eficiente e combate às perdas
O estudo também apontou que Goiânia lidera o país no índice de perdas de água na distribuição: apenas 12,69% — desempenho significativamente inferior à média nacional, de 39,35%. Segundo Mabel, esse resultado decorre das ações contínuas da Saneago para aprimorar o sistema, com controle de pressão nas redes, combate a ligações irregulares e investimentos em modernização. “Menos água perdida na distribuição significa mais água na torneira da população”, observou.
Desburocratização impulsiona obras
Em seu discurso, o prefeito enfatizou as mudanças realizadas na gestão dos processos administrativos que facilitaram a execução de projetos pela Saneago. “Quando nós assumimos a Prefeitura, nós tínhamos 115 projetos da Saneago parados. Se faziam os licenciamentos deles, mas não davam a seguimento. Por causa disso, criamos uma nova metodologia que, ao invés de fazer processo por processo, estamos fazendo por blocos. Isso proporcionou dar uma adiantada nos processos e deu vazão para que a empresa possa fazer obras. A Saneago, inclusive, tinha disposição de fazer uma série de obras, mas não tinha conseguido o licenciamento para isso”, relembrou.
Investimento e tecnologia para minimizar impactos
De acordo com o presidente da Saneago, Ricardo Soavinski, o investimento na ampliação da rede sanitária ultrapassa R$ 4,1 milhões. Serão implantados 11,2 quilômetros de redes coletoras de esgoto e um quilômetro de interceptor, além de três travessias aéreas. A iniciativa deve beneficiar diretamente cerca de 2 mil moradores dos setores Vila Alto da Glória, Residencial Cléa Borges e Residencial Parque Flamboyant. A conclusão das obras está prevista para novembro.
Para reduzir transtornos à população durante a execução, será adotado o método não destrutivo, tecnologia que dispensa a abertura de valas extensas e permite minimizar interferências no trânsito e danos em calçadas e vias.
Reforço hídrico e avanço no tratamento de esgoto
Ainda segundo Soavinski, a Saneago está empenhada em ampliar a segurança do abastecimento. “A gente vem fazendo muitas obras de extensão de esgoto e de reforço de água também, com novas adutoras de grande porte na cidade e, principalmente, interligando os sistemas de abastecimento, entre João Leite e o Meia Ponte. Tudo para dar maior segurança para alguns setores da cidade e reforçar o abastecimento em áreas onde têm crescimento”, disse.
Outra frente de avanço é o tratamento secundário na Estação de Tratamento de Esgoto Dr. Hélio Seixo de Britto (ETE Goiânia), que entrou em operação assistida. Com a adoção da tecnologia de lodos ativados, os índices de remoção de carga orgânica subiram para 90%, ampliando a eficiência do processo, reduzindo a poluição do Rio Meia Ponte e beneficiando diretamente o meio ambiente e a população.

