Estudante de 17 anos se destaca em física, robótica, astronomia, informática e lógica, conquistando reconhecimento internacional em competições inovadoras para o ensino médio
Um talento precoce para a ciência
Em quatro anos de participação em competições acadêmicas, o goianiense Gabriel Bassi já soma 20 medalhas, conquistadas em olimpíadas que fogem do modelo tradicional de jogos quadrienais. Aos 17 anos, ele se destaca em diversas áreas do conhecimento, como física, robótica, astronomia, informática e lógica.
A mais recente conquista do estudante foi a medalha de prata na IYPT (International Young Physicists’ Tournament), realizada na Suécia. Considerada a “Copa do Mundo de Física” para estudantes do ensino médio, a competição contou com a liderança de Bassi à frente da equipe brasileira, que obteve o melhor resultado do país desde 2019.
Primeiros passos e incentivo familiar
Gabriel começou sua trajetória aos 14 anos, ainda no nono ano do ensino fundamental, quando participou pela primeira vez da Olimpíada Brasileira de Física. Sem experiência prévia na disciplina, não conquistou medalhas na estreia, mas a classificação para a fase nacional despertou seu interesse e motivação.
Sua mãe, psicóloga, foi peça-chave no processo. “Ela sempre esteve lá por mim e me incentivou a buscar destaque, aprender, melhorar e ir atrás de coisas que me desafiam. Sou muito grato a ela”, declarou.
A experiência internacional na IYPT
Bassi não é novato na IYPT. No ano passado, integrou a equipe que conquistou a medalha de bronze na edição da Hungria. Desta vez, atuou como capitão do time brasileiro, função que já exercera em outras competições. “O que realmente diferencia é ser uma competição internacional. É representar o Brasil, não só liderar uma equipe em um estadual”, disse.
A IYPT exige que os participantes resolvam 17 problemas abertos de física por meio de experimentos originais e pesquisas. As soluções são apresentadas e debatidas em inglês durante batalhas científicas, simulando discussões acadêmicas reais com duração de quatro horas cada, ao longo de cinco dias de competição.
Preparação e seletiva nacional
A preparação da equipe brasileira começou meses antes do torneio, com um processo seletivo rigoroso. A competição nacional contou com três fases:
- Produção de relatórios e vídeos apresentando soluções teóricas e experimentais para dois problemas abertos.
- Participação em batalhas rápidas (“fast fight”), um formato dinâmico de disputa.
- Avaliação individual para selecionar os cinco representantes que defenderiam o Brasil no torneio internacional.
Além de Bassi, a equipe foi composta por Mateus Moreira Bastos, Fernando Giron, Alice Jordão Motta e Davi Scarabelli. Como capitão, ele coordenou o grupo, revisou apresentações e auxiliou nas decisões estratégicas.
“Foi importante perceber que conseguimos competir em igualdade com países como Alemanha, Áustria e Nova Zelândia. A diferença está na preparação e no investimento”, afirmou.
Rotina intensa e dedicação
O estudante dedicava mais de 23 horas semanais aos treinamentos, distribuídas entre dias úteis e fins de semana, conciliando a preparação com os estudos regulares sem dificuldade. “Sempre consegui ir bem nas provas apenas acompanhando as aulas”, comentou.
Após a conquista na Suécia, seu interesse pela física cresceu ainda mais. Aluno do Colégio Arena, em Goiânia, Bassi também participa do Prep Program, da Fundação Estudar, voltado à mentoria e preparação gratuita para ingresso em universidades internacionais.
Planos acadêmicos e impacto da competição
O jovem mira universidades de ponta como MIT, Caltech e Stanford. “Ver o investimento que alguns países fazem em ciência e educação foi inspirador. Isso aumenta minha motivação para estudar fora e contribuir com a pesquisa científica”, disse.
Para Gabriela Mendanha, professora e treinadora da IYPT no Colégio Arena, a participação projeta o Brasil internacionalmente e comprova a qualidade dos estudantes nacionais. “Para quem sonha em estudar no exterior, é uma oportunidade de desenvolver competências acadêmicas e abrir portas em universidades de ponta”, afirmou.
Bassi reforça que dedicação e estudo contínuo são essenciais. “O que aprendi com a competição é que esforço e preparação abrem caminhos. Com isso, dá para chegar a qualquer lugar.”
Histórico de medalhas de Gabriel Bassi
2025
- Prata na IYPT Internacional
- Ouro e campeão na etapa de relatórios da IYPT Nacional
- Prata e classificação para Ibero-Americana de Física
- Ouro na Olimpíada Brasileira de Astronomia
2024
- Bronze na IYPT Internacional
- Ouro estadual e prata nacional na Olimpíada Brasileira de Física
- Prata na Olimpíada Brasileira de Informática
- Ouro na Olimpíada Brasileira de Robótica (Prova teórica)
- Ouro na Olimpíada Brasileira de Astronomia
- Ouro na Olimpíada Brasileira do Saber
2023
- Ouro estadual e bronze nacional na Olimpíada Brasileira de Física
- Bronze na Olimpíada Brasileira de Robótica (Prova teórica)
- Ouro na Olimpíada Brasileira de Ciências
2022
- Prata na Olimpíada Brasileira de Astronomia
- Prata na Olimpíada de Eficiência Energética
- Prata na SINGA Math
- Prata na Olimpíada Brasileira de Raciocínio Lógico
Como participar de competições científicas
- OBMEP (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas)
Site: obmep.org.br
Inscrição: realizada pelas escolas - IYPT Brasil
Site: iyptbrasil.com
Inscrição: feita pelas escolas para formar equipes - OBA (Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica)
Site: oba.org.br
Inscrição: gratuita, realizada por representante da escola
