Quase 50 mil pessoas já passaram pela Basílica de São Pedro para prestar as últimas homenagens ao papa Francisco, falecido aos 88 anos, segundo informou o Vaticano.
No entanto, apenas uma pessoa foi autorizada a ultrapassar o cordão de segurança e se aproximar do caixão: a freira francesa Geneviève Jeanningros, de 81 anos, que teve permissão especial para se despedir do pontífice, de quem era amiga pessoal.
Membro da Fraternidade das Irmãzinhas de Jesus, Geneviève foi conduzida até o local por um agente de segurança, permanecendo por alguns minutos ao lado do caixão. Carregando uma mochila verde, ela não conteve as lágrimas ao prestar sua homenagem, enquanto outros visitantes mantinham distância.
A religiosa possui uma história de longa data com o papa Francisco. Sobrinha de Léonie Duquet, freira francesa desaparecida e assassinada pela ditadura militar argentina, Geneviève escreveu uma carta ao pontífice logo após sua eleição em 2013, relembrando a trajetória da tia. A correspondência originou uma relação próxima entre os dois, que passaram a trocar cartas com frequência.
Durante um encontro em evento público, Francisco comentou sobre a amizade: “Sim, nos queremos bem”, declarou, aproveitando para desejar feliz aniversário à freira.
Geneviève vive há mais de cinco décadas entre a comunidade LGBTQIAP+ na Itália e foi responsável por promover encontros entre o papa e integrantes dessa população, incluindo pessoas trans, em ocasiões especiais. Em um gesto simbólico, costumava enviar ao pontífice empanadas argentinas preparadas por mulheres trans da sua comunidade.
“O Papa nos acolheu. Nem sei como descrever isso. Elas o querem muito bem porque é a primeira vez que pessoas trans e gays são acolhidas por um papa. O agradeceram porque finalmente encontraram uma Igreja que foi ao encontro delas”, afirmou Geneviève em entrevista ao Vatican News.
(Fonte: Redação Terra)