Ex-Atriz é acusada de desviar R$ 42,2 milhões de seu ex-marido, o empresário Farid Curi, falecido em 2022.
O caso de desvio de R$ 42,2 milhões envolvendo a ex-atriz e psicóloga Suzy Camacho, de 64 anos, está sendo investigado pela Polícia Civil de São Paulo. A acusação é que ela teria se apropriado dos recursos financeiros de seu ex-marido, o empresário Farid Curi, que faleceu em 2022 aos 85 anos. O inquérito foi instaurado pelo 4º Distrito Policial da Consolação e é fundamentado nos artigos 102 e 107 do Estatuto do Idoso.
Desvios financeiros e afastamento social
A investigação aponta que Suzy teria desviado recursos de Farid, de acordo com o artigo 102 do Estatuto do Idoso, que proíbe a apropriação indevida de bens, pensões ou rendimentos de pessoas idosas. Além disso, a acusação sugere que ela teria centralizado a administração financeira de Farid, afastando-o de seus filhos e de sua funcionária de confiança, responsável pelas finanças do empresário.
A gestão do patrimônio de Farid foi transferida para o irmão de Suzy, Pompilio Camacho, que se tornou cotitular de uma conta bancária inicialmente vinculada a Farid. A partir dessa conta, teriam sido feitos saques e transferências significativas, tanto para Suzy quanto para pessoas de seu círculo próximo.
Movimentações internacionais e valores elevados
A investigação revelou que Suzy teria realizado movimentações financeiras fora do Brasil. Segundo as autoridades, foram encontradas contas bancárias em Mônaco e Miami, com valores que totalizam mais de R$ 18 milhões, o que levantou ainda mais suspeitas sobre o esquema de desvio.
O relacionamento e a separação de bens
Suzy e Farid se casaram em 2013, com separação total de bens. Farid Curi foi um empresário de destaque, sócio da rede Atacadão, um dos maiores varejistas do Brasil, que posteriormente foi vendido ao Grupo Carrefour. A morte do empresário em 2022 trouxe à tona o atual processo judicial, que questiona o destino de seu patrimônio.
Defesa refuta acusações e levanta contra-argumentos
A defesa de Suzy Camacho nega as acusações e apresenta uma versão contrária. De acordo com os advogados, os filhos de Farid teriam tentado bloquear o acesso dele aos R$ 10 milhões reservados para suas despesas na velhice. A defesa também alega que, durante a investigação, os filhos do empresário foram alvo de inquéritos por crimes de denunciação caluniosa, perseguição, ameaça e violência psicológica contra Suzy, além de corrupção de testemunha e escuta ambiental ilegal.
Outro ponto contestado pela defesa é o uso de dados do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) na investigação, sem a devida autorização judicial para acessar essas informações sigilosas. A defesa considera que essas provas foram coletadas de forma irregular, prejudicando a imparcialidade da apuração.
O inquérito foi concluído em junho e segue para análise do Ministério Público de São Paulo, que decidirá os próximos passos do caso. A investigação ainda está em andamento, e novas informações podem surgir nos próximos meses.