Washington promete usar “toda a força” contra o governo venezuelano, acusado de narcoterrorismo, enquanto Caracas mobiliza 4,5 milhões de milicianos
Três destróieres norte-americanos do tipo Aegis, equipados com mísseis guiados, devem se aproximar nesta semana da costa da Venezuela. A ação faz parte de uma operação para combater cartéis de drogas na América Latina e no Caribe, segundo autoridades dos Estados Unidos ouvidas pela agência de notícias Reuters.
Reforço militar na região
A movimentação soma-se ao envio de mais de 4 mil fuzileiros navais e marinheiros para águas próximas à região, informação que já havia sido divulgada pela imprensa americana no fim da semana passada. De acordo com uma fonte sob anonimato consultada pela Reuters, o deslocamento das tropas deve ocorrer ao longo de meses e incluirá operações tanto em espaço aéreo quanto em águas internacionais.
Casa Branca promete endurecer contra Maduro
Nesta terça-feira (19), a porta-voz do governo dos EUA, Karoline Leavitt, afirmou que o país utilizará “toda a força” contra o regime de Nicolás Maduro.
“O presidente [Trump] está preparado para usar toda a força americana para impedir que as drogas inundem nosso país e para levar os responsáveis à Justiça. O regime de Maduro não é o governo legítimo – é um cartel narcoterrorista”, declarou Leavitt.
Segundo analistas, o termo em inglês power utilizado pela porta-voz pode ser interpretado tanto como “força” quanto como “poder”, o que amplia o peso político da declaração.
Maduro convoca milhões de milicianos
Em resposta, o presidente venezuelano anunciou, na segunda-feira (18), a mobilização de 4,5 milhões de integrantes da milícia bolivariana.
“Vou ativar nesta semana um plano especial para garantir a cobertura, com mais de 4,5 milhões de milicianos, de todo o território nacional, milícias preparadas, ativadas e armadas”, afirmou Maduro em transmissão de TV, alegando “renovação das ameaças” dos Estados Unidos.
Apesar do discurso, o líder chavista não detalhou como pretende executar essa mobilização em larga escala.
Recompensa contra Maduro
As medidas ocorrem em meio a uma escalada da pressão diplomática e militar. No início de agosto, o governo Trump anunciou que dobrou de US$ 25 milhões para US$ 50 milhões (cerca de R$ 273 milhões) a recompensa por informações que possam levar à prisão de Maduro.
Washington acusa o presidente venezuelano de envolvimento direto no narcotráfico internacional e o classifica como ameaça à segurança dos Estados Unidos.