Pressão alta, colesterol elevado, glicose alterada e tabagismo são os principais alertas para doenças cardiovasculares, segundo pesquisa internacional
Um estudo publicado no Journal of the American College of Cardiology aponta que praticamente todos os pacientes que sofreram infarto, acidente vascular cerebral (AVC) ou insuficiência cardíaca apresentavam ao menos um fator de risco cardiovascular elevado. A pesquisa, conduzida por especialistas da Universidade de Yonsei, na Coreia do Sul, e da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, analisou dados médicos de mais de 9,3 milhões de adultos sul-coreanos com mais de 20 anos e 6.800 norte-americanos entre 45 e 84 anos ao longo de duas décadas.
Entre os fatores de risco avaliados estavam pressão arterial, colesterol total, glicose de jejum e tabagismo. Os pesquisadores verificaram se esses indicadores estavam em níveis considerados indesejáveis, conforme os parâmetros definidos pela American Heart Association:
- Pressão arterial: igual ou superior a 120/80 mmHg, ou em uso de medicação;
- Colesterol total: igual ou superior a 200 mg/dL, ou em tratamento;
- Glicose de jejum: igual ou superior a 100 mg/dL, com diagnóstico de diabetes ou em tratamento;
- Tabagismo: histórico atual ou anterior de consumo de tabaco.
O resultado foi contundente: mais de 99% dos indivíduos que desenvolveram doenças cardíacas ou sofreram AVC apresentavam pelo menos um desses fatores. Além disso, cerca de 93% tinham dois ou mais indicadores alterados. A hipertensão foi o fator mais prevalente, presente em mais de 95% dos pacientes sul-coreanos e em mais de 93% dos norte-americanos que enfrentaram problemas cardiovasculares.
No Brasil, os dados também são preocupantes. Segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), divulgado em 2024, cerca de 400 mil brasileiros morrem anualmente em decorrência de doenças cardiovasculares, como o AVC. Isso equivale a uma morte a cada 90 segundos no país.
A pesquisa reforça a importância da prevenção e do controle dos fatores de risco para reduzir a incidência de doenças cardíacas. A adoção de hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada, prática regular de atividades físicas e abandono do tabagismo, é essencial para a promoção da saúde cardiovascular.