Professor Anthony Glees analisa estratégias de Putin que incluem subversão democrática, colapso de infraestrutura e a transformação do Reino Unido em “colônia” russa
Especialistas e autoridades de defesa elevaram o tom de alerta sobre a segurança da Europa nas últimas semanas. Segundo Mark Rutte, secretário-geral da Otan, a Rússia tem intensificado uma “campanha secreta” de desestabilização contra a aliança. Em entrevista ao jornal britânico The Mirror, o professor Anthony Glees, especialista em segurança e inteligência da Universidade de Buckingham, projetou como um conflito direto com o Kremlin poderia atingir o solo britânico em três etapas distintas.
Glees argumenta que, embora o fantasma nuclear persista, o cenário mais plausível é uma guerra de padrões convencionais e táticas de inteligência, inspiradas nas operações soviéticas.
Fase 1: Subversão e colapso político
O primeiro estágio ocorreria após uma eventual vitória russa sobre a Ucrânia. Nesta fase, o Reino Unido sofreria uma pressão externa agressiva para enfraquecer suas instituições. Putin utilizaria táticas de intimidação e manipulação para dar poder a aliados políticos internos e corroer a democracia britânica.
“Suas habilidades são as da comunidade de inteligência soviética, e o objetivo deles sempre foi fazer ameaças, subverter e enfraquecer seus potenciais inimigos”, analisou Glees.
Fase 2: Guerra de desgaste e racionamento
Se as tensões políticas evoluírem para o campo militar, a Grã-Bretanha enfrentaria um confronto de desgaste com armamentos convencionais. O impacto imediato seria o colapso da infraestrutura, resultando em escassez crítica de recursos básicos.
O especialista prevê um cenário de privação severa:
- Crise de Combustível: Gasolina e diesel seriam inacessíveis para civis.
- Saúde: Medicamentos desapareceriam ou seriam submetidos a racionamento rigoroso.
- Medidas Drásticas: Implementação de toques de recolher e recrutamento militar obrigatório, inclusive para mulheres.
Fase 3: Governo subserviente e exílio da realeza
O estágio final representaria a perda total da soberania. Segundo Glees, o Reino Unido poderia ser transformado em uma espécie de colônia russa, com instituições geridas por colaboradores pró-Kremlin e o ensino obrigatório do idioma russo nas escolas.
Neste cenário extremo, a Família Real buscaria refúgio no exterior, provavelmente no Canadá, enquanto focos de resistência tentariam se organizar a partir de bases em regiões mais remotas, como o País de Gales e a Escócia.
Perspectiva de segurança
Apesar de o cenário parecer extraído de uma ficção distópica, o especialista reforça que a preparação para situações de guerra sem precedentes é necessária. O objetivo da análise é alertar para como as táticas modernas de guerra híbrida podem alterar radicalmente o cotidiano de uma nação sem a necessidade imediata de armas de destruição em massa.



