Deputado vê aproximação como oportunidade política e reafirma apoio às sanções norte-americanas
Parlamentar diz que conversa pode abrir “caminhos importantes”
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou nesta terça-feira (2) que recebeu “com otimismo” a notícia da conversa telefônica entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Em mensagem publicada no X, o parlamentar avaliou que o diálogo pode abrir “caminhos importantes”, desde que orientado por princípios sólidos.
Conversa
@BolsonaroSP
Recebemos com otimismo a notícia da conversa entre o Presidente Donald Trump @realDonaldTrump e Lula. Um diálogo franco entre os dois países pode abrir caminhos importantes, desde que guiado por princípios claros. Sanções nunca são um fim em si mesmas; são instrumentos legítimos para corrigir violações graves quando outras vias foram bloqueadas. Confiamos na liderança do Presidente Trump para negociar com o Brasil um entendimento que proteja os interesses estratégicos dos Estados Unidos no hemisfério e, ao mesmo tempo, reconheça a urgência da restauração das liberdades civis e do Estado de Direito para o povo brasileiro. Qualquer avanço real nas relações bilaterais exige enfrentar, com honestidade, a atual crise institucional do Brasil e reafirmar a liberdade como fundamento essencial entre nações democráticas.
A posição marca um tom mais conciliador em relação ao deputado, que vinha criticando a escassez de interlocução entre congressistas brasileiros e autoridades norte-americanas durante a recente crise bilateral.

A posição marca um tom mais conciliador em relação ao deputado, que vinha criticando a escassez de interlocução entre congressistas brasileiros e autoridades norte-americanas durante a recente crise bilateral.
Eduardo defende legitimidade das sanções impostas pelos EUA
No mesmo pronunciamento, Eduardo Bolsonaro voltou a sustentar que as sanções aplicadas por Washington ao Brasil são instrumentos legítimos quando as alternativas diplomáticas já foram esgotadas. As medidas, que incluíram sobretaxas sobre exportações brasileiras, foram justificadas pelo governo norte-americano como resposta a tensões comerciais e políticas recentes.
Conversa tratou de tarifas e combate ao crime organizado
Lula telefonou a Trump no início da tarde. Segundo o Palácio do Planalto, o diálogo, que durou cerca de 40 minutos, teve como eixo central o tarifaço imposto pelos EUA e a cooperação entre os dois países no enfrentamento ao crime organizado. Durante o telefonema, Lula reafirmou o interesse em acelerar a retirada da sobretaxa de 40% que ainda atinge parte dos produtos brasileiros.
Em Washington, Trump confirmou o contato e declarou a repórteres que os dois líderes conversaram sobre comércio e sanções. O presidente norte-americano afirmou que ambos tiveram “uma ótima conversa” e manifestou expectativa de encontrar Lula em breve, destacando que a nova aproximação pode resultar em “muita coisa boa”, conforme noticiado pela Reuters.
Redução parcial do tarifaço e negociações em andamento
No mês passado, a Casa Branca retirou 238 itens da lista de produtos tarifados, entre eles café, frutas tropicais, carnes e especiarias. Apesar da flexibilização, 22% das exportações brasileiras aos Estados Unidos continuam sujeitas a sobretaxas — porcentual que chegou a 36% no início da política tarifária.
De acordo com o governo brasileiro, Lula avaliou positivamente os avanços anunciados pelos EUA, mas destacou que ainda existem setores pendentes de negociação. O Planalto reforça que a intenção é avançar rapidamente nas discussões para reduzir o impacto das tarifas sobre a economia nacional.



