William Bonner encerra ciclo de quase três décadas na bancada do JN, transferindo o comando a César Tralli em momento de grande emoção e reconhecimento.
A sinceridade em meio à seriedade
A formalidade tradicionalmente imposta aos apresentadores do principal telejornal do país cedeu espaço a um clima de cumplicidade, afeto e profunda nostalgia durante a última aparição de William Bonner na bancada do Jornal Nacional, na noite desta sexta-feira, 31 de outubro. Ao lado de Renata Vasconcellos, que coincidentemente celebrava 11 anos no posto, e de César Tralli, o jornalista demonstrou visível emoção no bloco final.
O nervosismo que permanece
Bonner, que se desliga das funções de âncora e editor-chefe após 29 anos para assumir um papel mais tranquilo no Globo Repórter a partir de 2026, compartilhou abertamente seu estado de espírito, revelando um “nervosismo” que marcou o momento. Ele resgatou um diálogo com o lendário Cid Moreira, lembrando-se de ter perguntado ao colega em que momento o nervosismo passava. A resposta de Cid, “Nunca”, ecoou na despedida de Bonner. “Eu tô dizendo isso porque, passados 29 anos de bancada, eu estou muito nervoso. Eu estou ganhando os dois. Passei o dia dizendo que eu não estava,” confessou Bonner.
Celebração e reconhecimento da nova etapa
O programa dedicou um momento para saudar a trajetória de César Tralli, que acumula quase 33 anos de serviços prestados à Rede Globo. Foram exibidas imagens de reportagens icônicas de Tralli, abrangendo desde a cobertura da morte da Princesa Diana, o atentado de 11 de Setembro de 2001, até eventos mais recentes. Renata Vasconcellos, por sua vez, elogiou a exigência da função de âncora do JN e acolheu o novo colega de bancada.
A ‘profecia’ da visibilidade
No ponto alto da cerimônia de “passagem de bastão”, Bonner dirigiu-se a Tralli e proferiu o que chamou de uma “profecia” sobre a nova fase do colega. “Nunca mais você passará despercebido nesse país, onde quer que você esteja. Bem-vindo ao JN, muito obrigado pela sua presença. Parabéns pela sua chegada,” declarou, selando a transição.
Uma despedida em família
O estúdio, que ambos descreveram como “lotado”, recebeu amigos e colegas de diversas áreas do jornalismo da emissora, além de familiares dos três âncoras. Após o último “boa noite”, os jornalistas se voltaram para cumprimentar seus entes queridos. Tralli, o novo rosto do JN, foi calorosamente abraçado pela esposa Ticiane Pinheiro, pela filha Manuella e pela enteada Rafa Justus. A saída de William Bonner do estúdio, após 29 anos de dedicação, foi marcada por uma emocionante salva de palmas que se estendeu por mais de um minuto, confirmando o reconhecimento e carinho de toda a equipe.



