Mercado de trabalho registra recorde de ocupação e menor número de desempregados em mais de uma década, segundo IBGE
A taxa de desemprego no Brasil recuou para 5,6% no trimestre encerrado em julho, informou nesta terça-feira (16) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado representa a menor marca da série histórica da Pnad Contínua, iniciada em 2012, e reforça o momento positivo do mercado de trabalho.
Desemprego atinge menor patamar em 12 anos
O índice, que havia ficado em 6,6% nos três meses encerrados em abril, também surpreendeu o mercado financeiro. A expectativa mediana era de 5,7%, segundo levantamento da Bloomberg, dentro de um intervalo que variava de 5,6% a 6,1%.
O levantamento do IBGE considera tanto o emprego formal — com carteira assinada ou CNPJ — quanto atividades informais, incluindo os chamados “bicos”.
População ocupada bate recorde histórico
No período, o número de desempregados caiu para 6,1 milhões de pessoas, o menor contingente desde o fim de 2013. Já a população ocupada chegou a 102,4 milhões, renovando o recorde da série.
O nível de ocupação manteve o patamar histórico de 58,8%, que representa a proporção de pessoas em atividade no universo de brasileiros com 14 anos ou mais.
Para William Kratochwill, analista do IBGE, os números confirmam a expansão do mercado de trabalho: “O cenário aponta crescimento da ocupação e redução da subutilização da mão de obra”, afirmou em nota.
Renda média registra alta
Outro destaque da pesquisa foi a renda média habitual, estimada em R$ 3.484 por mês no trimestre até julho. O valor representa um aumento de 1,3% em relação a abril e de 3,8% frente ao mesmo período de 2023.
No trimestre até junho, a taxa de desemprego já havia recuado para 5,8%, ficando pela primeira vez abaixo de 6% desde o início da série. O IBGE, no entanto, evita comparações diretas entre períodos com meses sobrepostos.
Fatores que impulsionam a recuperação
Segundo analistas, a melhora do mercado de trabalho é resultado do desempenho aquecido da economia, apoiado em medidas de estímulo do governo, mudanças demográficas e avanços tecnológicos.
O aumento do emprego e da renda tende a estimular o consumo, mas também pode gerar pressão inflacionária. Para conter o avanço dos preços, o Banco Central (BC) mantém a Selic em 15% ao ano.
O Comitê de Política Monetária (Copom) discute nesta terça (16) e quarta-feira (17) a manutenção do atual patamar de juros.
Divulgação adiada por ajustes técnicos
A publicação da Pnad referente ao trimestre até julho estava prevista para 29 de agosto, mas foi adiada para esta terça-feira. Segundo o IBGE, a mudança foi necessária para corrigir “inconsistências tecnológicas” no processo de transmissão da amostra da pesquisa, sem impacto na qualidade dos dados.