Na publicação desta segunda-feira (21), nações ocidentais expressam preocupação com o sofrimento da população palestina e a proposta de Israel de realocar civis para o sul de Gaza.
Países ocidentais exigem fim imediato do conflito em Gaza
Em uma declaração conjunta, divulgada nesta segunda-feira (21), 25 países ocidentais pediram um fim imediato ao conflito em Gaza e pressionaram Israel a cumprir as normas do direito internacional, condenando a proposta de estabelecer uma “cidade humanitária” no sul do território palestino, que visa confinar a população civil da região. A declaração foi assinada por países como Austrália, Áustria, Canadá, França, Japão, Reino Unido, entre outros.
O grupo de nações enfatizou que o sofrimento dos civis palestinos “atingiu novos patamares”, instando as partes envolvidas e a comunidade internacional a unirem esforços para um cessar-fogo imediato, incondicional e permanente. “Mais derramamento de sangue não serve a nenhum propósito”, declarou o comunicado, reiterando a necessidade urgente de cessar as hostilidades.
Críticas ao fornecimento de ajuda humanitária e ao deslocamento forçado de civis
A declaração conjunta também expressou veementes críticas ao fornecimento restrito de ajuda humanitária em Gaza, classificado como “desumano”, com destaque para os relatos de mortes de palestinos enquanto buscavam alimentos e suprimentos básicos. De acordo com a ONU, 875 palestinos perderam a vida enquanto tentavam acessar a Fundação Humanitária de Gaza (GHF), associada a Israel, para obter alimentos.
“Condenamos o fornecimento de ajuda em conta-gotas e o assassinato desumano de civis, incluindo crianças, que tentam suprir suas necessidades mais básicas de água e alimento”, afirmou o grupo. Além disso, as nações assinaram um forte apelo para que Israel cumpra suas obrigações no âmbito do direito humanitário internacional, especialmente no que tange à assistência essencial à população civil.
Oposição à proposta de Israel de confinar palestinos e ampliar a ocupação na Cisjordânia
As 25 nações também se posicionaram contra a proposta de Israel de realocar palestinos para uma “cidade humanitária” no sul de Gaza e de expandir sua ocupação na Cisjordânia. O grupo considerou inaceitáveis as medidas que buscam alterar a demografia e as fronteiras dos Territórios Palestinos Ocupados.
“O deslocamento forçado permanente é uma violação do direito humanitário internacional”, afirmaram, criticando as intenções do governo israelense de restringir o retorno dos palestinos às suas áreas originais. Para os críticos, essa ação pode ser vista como um passo em direção à expulsão dos palestinos para outros países.
Israel rejeita críticas e intensifica ofensiva militar
Apesar das críticas internacionais, Israel manteve sua postura e rejeitou as acusações de violação do direito internacional, alegando que suas forças armadas agem de acordo com as normas legais e responsabilizando o Hamas pelas mortes de civis. O governo israelense também defendeu a entrada de ajuda humanitária suficiente para abastecer Gaza, acusando o Hamas de desviar parte dessa assistência.
Ainda assim, Israel ampliou suas operações militares e exigiu a evacuação da população de regiões antes pouco afetadas pelo conflito, pressionando os civis a se deslocarem ainda mais para o sul de Gaza. Embora as negociações por um cessar-fogo entre Israel e o Hamas tenham sido retomadas, não houve avanços significativos até o momento.