studante de 22 anos é acusado de matar aliado de Donald Trump durante evento universitário em Utah; caso reforça alerta sobre onda de violência política no país
Prisão após investigação do FBI
As autoridades norte-americanas prenderam nesta sexta-feira (12) Tyler Robinson, 22 anos, apontado como responsável pelo assassinato de Charlie Kirk, ativista conservador e aliado próximo do presidente Donald Trump. O crime ocorreu na última quarta-feira (10), durante um evento em uma universidade no estado de Utah.
Segundo o governador Spencer Cox, a identificação do suspeito se deu a partir de informações fornecidas pela própria família. O pai de Robinson reconheceu o filho nas imagens divulgadas pelo FBI e, após uma conversa em que o jovem teria admitido o ato, buscou apoio de um pastor local para acionar as autoridades.
Mensagens em rede social ajudaram na captura
Além do relato familiar, a investigação contou com indícios fornecidos por um colega de quarto de Robinson. Ele apresentou mensagens trocadas em um grupo do Discord, plataforma usada por gamers, nas quais um usuário identificado como “Tyler” falava sobre a retirada e o esconderijo de um rifle em uma área de mata. A arma foi localizada e apreendida.
O FBI também analisou imagens de câmeras de segurança que mostravam Robinson em um Dodge Challenger nas proximidades do local do crime no mesmo dia do atentado. No momento da prisão, o estudante usava roupas semelhantes às descritas nos vídeos.
Trump pede pena de morte para acusado
Em entrevista à Fox News, o presidente Donald Trump afirmou esperar que Robinson seja condenado à pena de morte. “Kirk era uma pessoa excelente e não merecia isso”, disse o mandatário.
As autoridades de Utah informaram que as acusações formais contra o jovem serão apresentadas na próxima terça-feira (16). Ele deve responder por homicídio qualificado, obstrução da Justiça e disparo de arma de fogo com resultado de lesão grave.
Estudante e munição com inscrições antifascistas
Robinson cursava o terceiro ano de um curso técnico de elétrica no Dixie Technical College, no sudoeste de Utah. De acordo com familiares, nos últimos anos ele passou a adotar posturas políticas mais radicais e demonstrava forte rejeição a Kirk.
As investigações também revelaram que munições encontradas com o suspeito continham inscrições associadas ao movimento antifascista, conhecido como Antifa. Um dos cartuchos trazia a frase “Hey fascist, catch!” (“Ei, fascista, pega!”) e símbolos que podem remeter tanto a ícones antifascistas quanto a comandos de um jogo eletrônico, o Helldivers 2.
Assassinato amplia tensão política nos EUA
Charlie Kirk, de 31 anos, era fundador da organização conservadora Turning Point US, que teve papel central na reeleição de Trump em 2025. Conhecido pelo estilo provocador, defendia o direito às armas, criticava pautas progressistas e se tornou figura popular entre jovens conservadores.
Durante o evento em Utah, Kirk respondia a perguntas de opositores quando foi atingido no pescoço por um disparo, cena registrada em vídeos que circularam nas redes sociais.
O assassinato se soma a outros episódios recentes de violência política nos Estados Unidos, como o atentado que feriu o senador estadual John Hoffman em Minnesota, o ataque a tiros que vitimou a deputada Melissa Hortman e as tentativas de homicídio contra o próprio Donald Trump em 2024.
Violência política em ascensão
Especialistas avaliam que a escalada da retórica extremista, combinada com a disseminação de discursos de ódio nas redes sociais e a facilidade de acesso a armas de fogo, tem alimentado um ambiente de crescente instabilidade.
“O cenário é sombrio: a violência gera mais violência, e o clima político se torna cada vez mais hostil”, afirmou um analista ouvido pela imprensa local.