Competição reúne 200 chefs com objetivo de valorizar prato tradicional conhecido como “carne doce”
A cidade de Pyongyang, capital da Coreia do Norte, sediou recentemente um concurso gastronômico voltado à valorização da sopa feita com carne de cachorro — ingrediente tradicional no país e conhecido localmente como “carne doce”. Segundo informações da emissora estatal Televisão Central Coreana, a iniciativa tem por objetivo compartilhar técnicas e aprimorar o preparo do prato, além de estimular o seu consumo como fonte energética.
O evento foi realizado em um restaurante de grande porte da capital e contou com a participação de aproximadamente 200 cozinheiros, o dobro do número registrado na edição anterior, refletindo o crescente interesse na disseminação dessa tradição alimentar.
Tradição e escassez alimentar
De acordo com a agência sul-coreana Yonhap, autoridades norte-coreanas afirmaram que a sopa à base de carne de cachorro possui propriedades energéticas benéficas para o verão e possui relevância histórica na culinária local. Em 2022, a receita foi incluída no registro de patrimônio cultural imaterial regional pelo governo norte-coreano.
O consumo dessa carne é incentivado no país, que enfrenta desafios recorrentes de escassez alimentar. O estímulo oficial à prática está inserido em um contexto de aproveitamento máximo de fontes alimentares disponíveis no território.
Diferenças com a legislação sul-coreana
A realização do concurso em Pyongyang contrasta com o cenário na Coreia do Sul, onde a criação, comercialização e consumo de carne de cachorro está em fase final de proibição. Uma lei aprovada em 2023 prevê a erradicação definitiva da prática até fevereiro de 2027. A medida reflete mudanças culturais e preocupações com direitos dos animais, cada vez mais presentes na sociedade sul-coreana contemporânea.