“Nenhum hospital privado no país dá essas mesmas condições de atendimento e de procedimentos como nós estamos dando às crianças do SUS”, afirmou Caiado, ressaltando o acesso a tratamentos de alta complexidade.
Governador Ronaldo Caiado recepciona primeiros pacientes e destaca recursos de ponta disponíveis no SUS para crianças com câncer
O Complexo Oncológico de Referência do Estado (Cora), em Goiás, começou a operar nesta segunda-feira (9/6), marcando um novo patamar para a saúde pública no Brasil. A unidade, que recebeu seus primeiros pacientes, é equipada com R$ 63,2 milhões em tecnologias de ponta, algumas delas inéditas no país, como ressonância magnética integrada a centro cirúrgico e sistemas de robótica para reabilitação.
O governador Ronaldo Caiado acompanhou a chegada de 12 crianças que iniciarão tratamento oncológico no hospital. “Nenhum hospital privado no país dá essas mesmas condições de atendimento e de procedimentos como nós estamos dando às crianças do SUS”, afirmou Caiado, ressaltando o acesso a tratamentos de alta complexidade.
Revolução na cirurgia e reabilitação oncológica
Um dos grandes diferenciais do Cora é a ressonância magnética de altíssima resolução acoplada diretamente ao centro cirúrgico. Este equipamento permite que a equipe médica obtenha imagens em tempo real durante as cirurgias, guiando a remoção de tumores com precisão sem precedentes. A compatibilidade da mesa cirúrgica facilita o deslocamento do paciente entre os ambientes integrados para exames intraoperatórios. “Temos aqui a precisão da ressecção de um tumor, em que ele tem uma sala acoplada a um scanner. Algo que é inédito, poucos hospitais no mundo têm”, explicou Caiado.
O Governo de Goiás investiu R$ 6,9 milhões na aquisição desse sistema. Henrique Prata, presidente da Fundação Pio XII, responsável pela gestão do Cora, destacou o valor do investimento: “Essas duas salas juntas custam três vezes mais que um centro cirúrgico convencional, mas é o único jeito de tirar 100% um tumor”. Ele enfatizou que a prioridade da gestão Caiado foi viabilizar um atendimento singular no Brasil, com maiores chances de cura. “É um sonho fazer isso aqui, oferecer essa precisão”, complementou.
Outro investimento significativo, de R$ 7,6 milhões, foi direcionado para dispositivos de robótica avançada destinados à reabilitação neurológica e motora. Pacientes terão acesso a equipamentos como o Lokomat, um exoesqueleto robótico que oferece suporte físico para as pernas, auxiliando na recuperação da marcha. A unidade também conta com a C-Mill, uma esteira sensorizada que utiliza realidade virtual e aumentada para tornar a reabilitação mais lúdica, especialmente para crianças. Complementam o conjunto os sistemas robóticos Andago, Armeo Power e Armeo Spring.
Inovação no Transplante de Medula e diagnóstico
A ala de Transplante de Medula Óssea (TMO) do Cora também se destaca pela inovação. O setor possui camas hospitalares de alta tecnologia com colchões terapêuticos e balança integrada, permitindo o monitoramento contínuo do peso do paciente sem necessidade de deslocamento. Sensores de movimento programáveis com alerta também estão presentes. O ambiente conta ainda com um sistema de tratamento de ar e climatização de última geração, que garante a máxima qualidade ambiental.
Com um aporte de R$ 355 mil, o hospital adquiriu um microscópio que permite o uso simultâneo por dez profissionais, facilitando diagnósticos colaborativos em tempo real e a discussão de casos complexos. Para pacientes acamados ou em cuidados intensivos, foram disponibilizadas duas unidades de cicloergômetro de leito – aparelhos similares a bicicletas ergométricas – que promovem a circulação sanguínea e previnem atrofias musculares, com investimento de R$ 420 mil.
Adicionalmente, R$ 575 mil foram aplicados em simuladores de treinamento clínico para a capacitação contínua de médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e outros profissionais, visando aprimorar a segurança e precisão assistencial. Entre os instrumentos de ponta, destaca-se também o Lyse Wash Assistant (LWA-BD), um aparelho que automatiza a preparação de amostras para análise de células, fundamental para o diagnóstico e monitoramento de doenças como leucemias e linfomas.