Temporal causa alagamentos, interdições e força municípios a decretarem emergência; Defesa Civil registra mais de 360 casas danificadas
Municípios atingidos e primeiros impactos
As fortes chuvas que atingem Santa Catarina desde sábado (22) deixaram um rastro de alagamentos e prejuízos em pelo menos 32 cidades. Até a tarde desta segunda-feira (24), a Defesa Civil contabilizava 361 residências danificadas e 113 moradores obrigados a deixar suas casas para buscar abrigo com parentes ou amigos.
O canal de acesso ao Porto de Itajaí chegou a ser interditado pela Marinha às 8h30 desta segunda-feira devido aos ventos intensos e só foi reaberto às 16h20, após nova avaliação. O mau tempo também atingiu o Paraná e o Rio Grande do Sul, onde cidades registraram granizo e feridos.
Situação de emergência e serviços interrompidos
Luiz Alves, no Vale do Itajaí, foi um dos municípios mais afetados, com vários pontos alagados. A prefeitura suspendeu as aulas no período da tarde e da noite, e a unidade de saúde do bairro Canoas precisou fechar temporariamente. Um abrigo foi preparado para atender famílias caso necessário.
Diversas cidades decretaram situação de emergência, entre elas Ibirama, Petrolândia e Lontras, no Vale do Itajaí, e Massaranduba, no Norte do estado. Outros municípios estudam adotar a mesma medida, como Seara, Rio das Antas, Cunha Porã, Fraiburgo, Vitor Meireles e Balneário Barra do Sul. Em Joinville, quatro bairros amanheceram com interdições causadas por alagamentos, e oito moradores ficaram desabrigados.
Danos causados por granizo e chuva forte
A Defesa Civil identificou dois tipos principais de eventos que causaram estragos: granizo e chuva intensa. Cidades como Agrolândia, Apiúna, Florianópolis, Fraiburgo, Rio do Sul e São Bento do Sul tiveram prejuízos relacionados à queda de granizo. Já Luiz Alves, Balneário Barra do Sul e São Francisco do Sul registraram danos associados à chuva persistente.
Acúmulo de chuva acima da média
Luiz Alves lidera o ranking de volume de chuva nas últimas 24 horas, com 181,6 milímetros acumulados entre domingo e segunda-feira — valor que supera toda a média histórica de novembro, estimada em 130 milímetros pela Epagri/Ciram.
A previsão indica risco de chuva volumosa e temporais isolados até o fim da noite desta segunda-feira, com maior chance de estragos nas regiões Norte e Vale do Itajaí. Um ciclone extratropical se forma entre o litoral do Paraná e o Sudeste do Brasil, contribuindo para a instabilidade.
Riscos e orientações da Defesa Civil
A Defesa Civil alerta para possibilidade de alagamentos, enxurradas e deslizamentos no Norte e no Vale do Itajaí. Nas demais regiões, a chuva deve ocorrer em pancadas isoladas, acompanhadas de ventos fortes e risco de destelhamentos, queda de árvores e danos à rede elétrica.
Em caso de emergência, as orientações incluem evitar áreas alagadas, não atravessar pontes submersas, buscar abrigo longe de janelas e estruturas instáveis e acionar os bombeiros pelo 193 ou a Defesa Civil pelo 199.
Mau tempo também atinge Paraná e Rio Grande do Sul
Os efeitos da instabilidade climática avançaram pelo Sul do país. Em Guarapuava (PR), pedras de granizo do tamanho de ovos de galinha causaram estragos no domingo (23). No Rio Grande do Sul, o temporal em Erechim deixou mais de 150 feridos e afetou cerca de 25 mil moradores, levando o município a decretar situação de emergência.
Segundo o Simepar, a tempestade no Paraná foi influenciada por uma frente fria no oceano que favoreceu a formação de um “cavado meteorológico”, área de baixa pressão que intensifica a criação de nuvens de tempestade. Embora a frente fria não tenha avançado sobre o estado, suas condições alteraram o clima regional.



