O governo chinês reagiu com firmeza nesta quinta-feira (3) ao novo pacote tarifário anunciado pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, exigindo que Washington suspenda imediatamente as medidas.
Em nota oficial, o Ministério do Comércio da China classificou a ação como “unilateral” e defendeu a resolução dos conflitos comerciais por meio do diálogo e da negociação justa entre as partes envolvidas.
“A China insta os Estados Unidos a cancelarem de imediato essas tarifas unilaterais e a resolverem adequadamente os desacordos com seus parceiros comerciais de forma justa e negociada”, afirmou o comunicado, que também alertou para os impactos negativos das medidas nas cadeias globais de produção. Segundo o ministério, o protecionismo promovido pela Casa Branca representa uma ameaça ao comércio internacional e à estabilidade da economia global.
O texto expressa oposição “firme” às tarifas, especialmente aquelas voltadas contra produtos chineses, e afirma que o país adotará providências para proteger seus interesses. “Não há vencedores em uma guerra comercial. O protecionismo não tem futuro”, diz a nota oficial.
Trump anunciou, na quarta-feira (2), um pacote tarifário considerado abrangente, com aumento de impostos sobre quase todos os parceiros comerciais dos Estados Unidos. Entre os pontos principais estão a aplicação de uma tarifa de 34% sobre produtos chineses, 20% sobre mercadorias provenientes da União Europeia e uma tarifa-base de 10% sobre todas as importações, sob o argumento de enfrentar uma “emergência econômica” no país.
A Casa Branca justificou a medida como uma tentativa de corrigir desequilíbrios comerciais históricos e proteger a indústria nacional. No entanto, o anúncio provocou reações imediatas em diversos países, elevando o nível de tensão no comércio internacional e reacendendo temores de uma nova guerra tarifária entre grandes potências econômicas.
Especialistas alertam que a decisão pode ter efeitos em cascata, com impacto sobre os preços de insumos industriais, aumento da inflação e desorganização das cadeias produtivas globais. Para a China, os efeitos podem ir além do comércio bilateral, comprometendo a confiança de mercados e investidores em um momento já marcado por incertezas geopolíticas e econômicas.