O anúncio foi feito pelo Ministério do Comércio da China na noite desta sexta-feira (4).
O governo chinês apresentou uma queixa formal à Organização Mundial do Comércio (OMC) em reação às novas tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos chineses.
Em nota, o ministério classificou as tarifas adicionais como uma “típica intimidação unilateral” e alegou que a medida contraria as regras estabelecidas pela OMC. As autoridades chinesas solicitaram que Washington retire as sobretaxas.
Na última semana, o governo norte-americano anunciou a aplicação de uma tarifa extra de 34% sobre importações da China. A nova alíquota se soma a outras já em vigor, elevando o total de tributos cobrados sobre esses produtos para cerca de 70%, segundo estimativas de economistas. Em retaliação, Pequim também instituiu uma tarifa de 34% sobre produtos norte-americanos.
Apesar da ação formal da China, especialistas apontam que o impacto da medida deve ser limitado, uma vez que o sistema de resolução de disputas da OMC encontra-se praticamente paralisado desde o primeiro mandato de Donald Trump.
Estratégia eleitoral
As novas tarifas fazem parte da política comercial que Donald Trump tem defendido em sua campanha para retornar à Presidência dos Estados Unidos. O ex-presidente sustenta que o país é alvo de práticas desleais por parte de seus parceiros comerciais, os quais, segundo ele, impõem barreiras significativas à entrada de produtos norte-americanos.
Segundo o republicano, esse contexto compromete a competitividade da indústria local, afasta investimentos e favorece a saída de capitais. Em fevereiro, Trump assinou uma ordem executiva instruindo sua equipe econômica a estudar a adoção de tarifas como mecanismo para reequilibrar as relações comerciais.
Ainda assim, o ex-presidente indicou, na última semana, que pode adotar uma postura mais moderada em relação a alguns países. “Posso ser gentil. Posso ser menos agressivo do que totalmente recíproco”, declarou Trump a jornalistas, no Salão Oval. Ele argumentou que um modelo estritamente baseado na reciprocidade poderia ser “duro demais para algumas nações”.