A tragédia, que ocorre em pleno inverno, é atípica, mas explicada por fatores climáticos extremos associados às mudanças climáticas.
Los Angeles enfrenta o pior incêndio florestal de sua história. Mais de 100 mil pessoas foram obrigadas a deixar suas casas, e o saldo trágico inclui cinco mortos.
Especialistas apontam que o incêndio é resultado de uma combinação de seca prolongada, vegetação ressecada e temperaturas acima da média. Além disso, os ventos de Santa Ana, caracterizados por correntes de ar quente e seco, desempenham um papel crucial na rápida propagação das chamas, que já destruíram 1.900 imóveis e afetaram outros 13 mil.
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Incêndio em Los Angeles — Foto: Ringo Chiu/Reuters/G1
Fatores climáticos e vegetação secundária
A região enfrenta uma seca severa após um período de chuvas intensas entre 2022 e 2023, que favoreceu o crescimento da vegetação. Com a seca, essa vegetação se tornou combustível para o fogo.
De acordo com Pedro Camarinha, pesquisador do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), “a grande quantidade de chuvas promoveu um rápido crescimento das plantas, mas a seca subsequente transformou toda essa vegetação em material altamente inflamável.”
Além disso, os ventos de Santa Ana, que podem atingir velocidades superiores a 160 km/h, agravam a situação ao espalhar as chamas de forma quase incontrolável.
Impactos e medidas de contenção
O governo da Califórnia declarou estado de emergência, e bombeiros trabalham 24 horas por dia para conter o fogo. No entanto, as condições climáticas continuam desafiadoras, com previsão de mais ventos fortes nos próximos dias.
Imagens de satélite mostram um denso corredor de fumaça sobre a região, enquanto meteorologistas alertam que o risco de novos focos persiste devido à vegetação seca e às temperaturas acima da média.
Incêndios florestais em alta no oeste dos EUA
Uma pesquisa da NASA, publicada em 2018, revelou que mais de 60% dos grandes incêndios no oeste dos Estados Unidos ocorreram a partir dos anos 2000. Segundo os dados, a área queimada tem aumentado consistentemente, e nenhum mega incêndio foi registrado antes de 1970.
Os especialistas atribuem essa tendência às mudanças climáticas, que tornam os outonos e invernos mais secos e aumentam a vulnerabilidade das regiões. “Com a urbanização crescente, mais pessoas moram próximas a áreas de vegetação, o que eleva os riscos de ignição e amplia o impacto humano desses desastres”, explica Camarinha.
Um alerta urgente
O incêndio em Los Angeles é mais um alerta sobre os efeitos das mudanças climáticas e a necessidade de investimentos em sistemas de monitoramento, prevenção e combate a desastres naturais. “É fundamental agir rapidamente para minimizar as vulnerabilidades e mitigar os impactos das condições climáticas extremas”, reforça Camarinha.
As autoridades seguem investigando as causas do incêndio, que, até o momento, permanecem desconhecidas.
Da Redação/Click News/G1