Veículo foi um dos sete que caíram no rio após o desabamento da estrutura entre Maranhão e Tocantins; análises indicam que o ácido foi diluído e não causou danos ambientais
Quase dez meses após o desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que fazia a ligação entre Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), a carreta que transportava ácido sulfúrico foi finalmente retirada do Rio Tocantins nesta segunda-feira (20).
O veículo era um dos sete que caíram na água durante o colapso ocorrido em dezembro de 2024, tragédia que resultou na morte de 14 pessoas e deixou três desaparecidas.
A operação de resgate teve início no sábado (18), com um processo de reflutuação coordenado por dez mergulhadores. Foram utilizados balões com capacidade para suportar até cinco toneladas. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) informou que somente na segunda-feira foi possível concluir o içamento do caminhão.
Além da carreta principal, a equipe também retirou a parte dianteira do veículo e três recipientes de agrotóxicos. O trabalho contou com o uso de geradores, lancha, balsa de apoio, guindaste e escavadeira.
Contaminação descartada
De acordo com nota conjunta da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), as análises da água do Rio Tocantins não apontaram alterações significativas.
Os órgãos afirmaram que o grande volume de água do rio diluiu o ácido sulfúrico, impedindo danos ambientais ou à fauna local.
Entre os veículos que caíram no rio, três transportavam 76 toneladas de ácido sulfúrico e 22 mil litros de agrotóxicos. Ainda permanecem submersos uma carreta, uma caminhonete e duas motocicletas, cuja remoção dependerá de operações de dragagem. Todos os veículos resgatados serão encaminhados à Polícia Rodoviária Federal (PRF) para os trâmites legais.
Nova ponte está em fase final
As obras da nova Ponte Juscelino Kubitschek, que substitui a estrutura colapsada, estão em ritmo avançado. Segundo o Dnit, mais de 75% dos serviços já foram concluídos, e a previsão é de que o novo acesso seja entregue até o fim de 2025.