Sintomas costumam aparecer em estágios avançados; coceira persistente na pele pode ser um dos primeiros alertas
O câncer de pâncreas, uma das formas mais agressivas da doença, é responsável por aproximadamente 5% das mortes relacionadas ao câncer no Brasil, conforme dados do Atlas de Mortalidade do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Apesar de representar apenas 1% dos diagnósticos oncológicos no país, ele figura como o sétimo tipo mais letal, com quase 12 mil óbitos anuais.
Globalmente, o cenário é igualmente preocupante. Dados do Globocan, da Organização Mundial da Saúde (OMS), indicam que cerca de 495 mil novos casos foram identificados em 2020, resultando em 466 mil mortes – o que o posiciona como a sétima principal causa de morte por câncer no mundo.
Mesmo com avanços no tratamento, o câncer de pâncreas mantém um prognóstico desfavorável, principalmente porque seus sintomas só costumam se manifestar em estágios avançados, dificultando o diagnóstico precoce. No entanto, especialistas alertam que o reconhecimento dos sinais pode ser crucial para uma resposta mais rápida.
Como o câncer de pâncreas se desenvolve e seus sintomas
A doença é resultado de alterações no processo de regeneração celular da glândula pancreática, um órgão localizado abaixo do estômago e conectado ao duodeno. Quando as células se dividem de forma desordenada, formam tumores que podem comprometer a função do órgão e se espalhar para outras partes do corpo.
A médica Deborah Lee, da farmácia online britânica Dr.ª Fox, destaca que um dos sintomas mais importantes a serem observados é a coceira persistente na pele. Em entrevista ao jornal Daily Express, ela mencionou um estudo publicado no Official Journal of the International Hepato Pancreato Biliary Association, que aponta o prurido em cerca de 75% dos pacientes diagnosticados.
Principais sintomas do câncer de pâncreas que merecem atenção:
- Icterícia (pele e olhos amarelados)
- Coceira intensa na pele (prurido)
- Urina escura e fezes claras
- Dor abdominal que irradia para as costas
- Dificuldade na digestão
- Falta de apetite e perda de peso repentina
- Cansaço constante e fraqueza
- Aumento anormal da vesícula biliar
- Formação de coágulos sanguíneos
- Alterações visíveis no tecido gorduroso da pele
- Desenvolvimento repentino de diabetes
Fatores de risco e a importância do diagnóstico precoce
Os principais fatores que aumentam o risco de desenvolver câncer de pâncreas incluem tabagismo, consumo excessivo de bebidas alcoólicas, obesidade e dietas ricas em gordura.
Especialistas reforçam a necessidade de atenção aos sintomas e da realização de exames de rotina, especialmente para aqueles com fatores de risco. O diagnóstico precoce é fundamental para melhorar as chances de resposta ao tratamento e a sobrevida do paciente.
A coloproctologista Mariane Savio observa que as DIIs “podem acometer pessoas de todas as idades, mas são muito comuns em adultos jovens, que estão em uma fase produtiva da vida. Então, são doenças que, se não forem tratadas adequadamente e controladas, podem tirar a qualidade de vida do paciente, causar faltas ao trabalho e prejudicar muito esses pacientes e a família deles. São doenças que exigem um diagnóstico e um acompanhamento médico contínuos.”
O diagnóstico é feito por meio da análise do histórico clínico e de exames como endoscopia, colonoscopia, tomografia e ressonância magnética. “O tratamento precoce da doença, ou seja, nos primeiros dois anos de sintomas, reduz muito o risco de o paciente vir a precisar de cirurgias, por exemplo, e melhora a resposta dele aos tratamentos. Os estudos mostram que os tratamentos, quando são instituídos mais precocemente, têm uma resposta muito melhor do que quando tardiamente”, afirma Mariane.
Como não há cura definitiva, o tratamento foca no controle dos sintomas para melhorar a qualidade de vida, com medidas como alimentação saudável, abandono do tabagismo e prática de exercícios físicos. Medicamentos como aminossalicilatos, imunossupressores e imunobiológicos podem ser utilizados.