“O Brasil que trabalha e produz está sufocado por um governo populista e demagógico”, afirmou o governador Ronaldo Caiado.
Na abertura da 78ª Exposição Agropecuária de Goiás, governador aponta agravamento da crise no agronegócio e queda no incentivo ao empreendedorismo
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), fez duras críticas à atuação do governo federal durante discurso nesta sexta-feira (16), na cerimônia de abertura da 78ª Exposição Agropecuária de Goiás, em Goiânia. Segundo ele, a condução econômica da atual gestão tem prejudicado diretamente o setor produtivo, especialmente o agronegócio, responsável por parte significativa do PIB brasileiro.
“O Brasil que trabalha e produz está sufocado por um governo populista e demagógico”, declarou o governador, ao abordar o cenário de endividamento crescente no campo e a ausência de políticas públicas eficazes de apoio ao setor.
Caiado destacou que os produtores enfrentam uma combinação de fatores adversos, como inflação elevada, juros altos e restrição ao crédito, o que compromete a continuidade das atividades no campo.“O setor vem sustentando o país há muitos anos, mas não tivemos reajuste no crédito compatível com a inflação”, criticou. “Sem apoio, o agro pode ter sua sobrevivência comprometida”, completou.
Dados da Serasa Experian mostram a gravidade da situação: apenas em 2024, Goiás já contabilizou 122 pedidos de recuperação judicial por empresas do agronegócio. No Brasil, o total chegou a 1.272. Em 2023, o número de solicitações foi menos da metade, com 534 registros. O governador cobrou ações mais assertivas por parte da União. “Estamos esperando a liberação de recursos federais compatíveis com a realidade do mercado”, disse.
Ambiente hostil ao empreendedorismo
Além do agronegócio, Caiado apontou retrocessos no ambiente empreendedor do país. Para ele, medidas adotadas pelo governo federal têm desestimulado a população a investir em negócios próprios. “O cidadão quer ser pequeno empreendedor, buscar alternativas para ganhar seu próprio dinheiro. E esse sentimento está sendo abafado por um governo que está destruindo os avanços que nós conseguimos com a reforma da legislação trabalhista no país. E nós temos uma grande dificuldade hoje, que é a falta de mão de obra”, afirmou. Ele também mencionou a escassez de mão de obra qualificada como um dos entraves enfrentados.
O governador goiano ainda criticou a condução política nacional, acusando o governo federal de desviar o foco de temas estruturantes, como inovação e desenvolvimento econômico. “A gravidade da situação econômica está sendo mascarada por discussões secundárias, como o julgamento dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro”, declarou. Segundo ele, “o atual governo federal não deu certo” e o país precisa retomar a agenda de crescimento com base em tecnologia e produtividade.