O Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil divulgou neste sábado (11) uma nota oficial manifestando preocupação diante das denúncias de violações de direitos humanos contra opositores do governo de Nicolás Maduro na Venezuela.
Segundo o texto, o Brasil acompanha “com grande preocupação as denúncias de violações de direitos humanos a opositores do governo na Venezuela, em especial após o processo eleitoral realizado em julho passado”.
As eleições presidenciais realizadas em 2024, consideradas fraudulentas por vários países, resultaram na reeleição de Maduro para um terceiro mandato. Diversas nações questionaram a legitimidade do pleito, com acusações de manipulação no processo eleitoral em desfavor do opositor Edmundo González, no âmbito do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão responsável pela supervisão das eleições no país.
Além disso, o governo venezuelano decretou o fechamento das fronteiras com o Brasil e a Colômbia no dia da posse de Maduro, ocorrida nesta sexta-feira (10). O Itamaraty confirmou a medida e orientou que, em casos de emergência, cidadãos brasileiros em território venezuelano procurem o plantão consular da Embaixada do Brasil em Caracas.
Condenação e apelo ao diálogo
Na nota publicada neste sábado, o Itamaraty repudiou ações do regime de Maduro, como prisões, ameaças e perseguições a opositores políticos. Embora tenha reconhecido “gestos de distensão”, como a liberação de 1.500 presos nos últimos meses e a reabertura do Escritório do Alto Comissário de Direitos Humanos das Nações Unidas em Caracas, o governo brasileiro reforçou que um regime democrático exige garantias fundamentais.
“É fundamental que se assegurem direitos elementares para que líderes da oposição possam manifestar-se pacificamente, com liberdade e garantia à sua integridade física”, afirma a nota do MRE.
O Brasil também apelou às forças políticas venezuelanas para que priorizem o diálogo e a busca por um entendimento mútuo. “O Brasil exorta, ainda, as forças políticas venezuelanas ao diálogo e à busca de entendimento mútuo, com base no respeito pleno aos direitos humanos, com vistas a dirimir as controvérsias internas”, conclui o texto.
Da Redação/Click NewsqCorreio Braziliense
