Assinatura está prevista para o dia 20, durante cúpula no Rio; tratado eliminará tarifas e ampliará comércio entre os blocos
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, anunciou que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pretende assinar o acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul em 20 de dezembro, durante a cúpula do bloco sul-americano no Rio de Janeiro. A declaração foi feita após reunião entre Von der Leyen e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, realizada em Belém (PA) na quarta-feira (5).
Segundo Vieira, a dirigente europeia reafirmou sua confiança na conclusão do tratado até o fim do ano. O encontro no Rio reunirá os chefes de Estado dos países que integram o Mercosul: Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia. A presidente da Comissão Europeia esteve em Belém para participar de reuniões preparatórias da COP30, conferência climática da ONU que ocorrerá na cidade em 2025.
O chanceler brasileiro classificou a conversa com Von der Leyen como “excelente” e destacou que, além da assinatura do acordo, espera que temas como a crise política e humanitária na Venezuela sejam debatidos durante a reunião entre a União Europeia e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), marcada para os dias 9 e 10 de novembro, em Santa Marta, na Colômbia.
O tratado entre Mercosul e União Europeia foi concluído em dezembro de 2024, após mais de 25 anos de negociações. A proposta prevê a eliminação gradual de tarifas alfandegárias entre os blocos ao longo de dez anos, com prazos estendidos de até 15 anos para produtos considerados sensíveis. Estima-se que cerca de 90% dos bens comercializados entre as partes serão abrangidos pelo acordo.
Além de facilitar o comércio, o documento estabelece diretrizes para evitar práticas monopolistas na importação e exportação. Trata-se do maior acordo comercial e de investimentos já firmado, envolvendo um mercado que representa aproximadamente 25% do PIB mundial e cerca de 780 milhões de pessoas.
As relações entre Brasil e União Europeia foram fortalecidas com o retorno de Lula à Presidência, em 2023, após um período de distanciamento diplomático durante o governo de Jair Bolsonaro. A retomada das negociações e a conclusão do tratado em 2024 simbolizam uma nova fase de cooperação estratégica entre os blocos.
