Seleção de Dorival Júnior sofre revés por 4 a 1 em Buenos Aires; próxima rodada acontece em junho
A Seleção Brasileira viveu uma de suas noites mais frustrantes nesta terça-feira (25), ao ser derrotada por 4 a 1 pela Argentina, no estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires, pela 14ª rodada das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026.
Com atuação amplamente superior, os argentinos dominaram a partida desde os minutos iniciais, criando oportunidades em sequência e aproveitando falhas defensivas da equipe comandada por Dorival Júnior. A goleada só não foi maior por conta de finalizações imprecisas dos donos da casa.
O único gol brasileiro saiu em jogada de insistência de Matheus Cunha, em um raro momento de lucidez ofensiva. No entanto, a defesa voltou a apresentar falhas preocupantes, permitindo amplo domínio argentino em praticamente todos os setores do campo.
Com o resultado, o Brasil caiu para a quinta colocação na tabela, com 21 pontos, e volta a campo na próxima data Fifa, marcada para a primeira semana de junho, quando enfrentará Equador e Paraguai.
A Argentina, já classificada para o Mundial, segue líder das Eliminatórias com 31 pontos. Na próxima rodada, encara Chile e Colômbia.
Domínio argentino desde o início
Apesar da primeira jogada de perigo ter sido brasileira, com Matheus Cunha encontrando Raphinha logo aos dois minutos, foi a Argentina quem abriu o placar rapidamente. Aos quatro, Thiago Almada limpou a marcação de Marquinhos e encontrou Julián Álvarez, que passou facilmente por Arana e Murillo para marcar.
O segundo gol veio aos 12 minutos, com Enzo Fernández aproveitando cruzamento de Nahuel Molina desviado por Murillo.
Em desvantagem, o Brasil mostrou nervosismo e erros técnicos. Cristian Romero chegou a ser desarmado por Matheus Cunha em jogada que resultou no gol brasileiro, aos 18 minutos — o atacante do Wolverhampton finalizou de fora da área, vencendo Emiliano Martínez.
Apesar da redução no placar, a equipe brasileira não conseguiu se firmar. Aos 35, Almada exigiu boa defesa de Bento. No escanteio seguinte, Alexis Mac Allister completou lançamento de Enzo Fernández para fazer o terceiro dos argentinos.
Pouco antes do intervalo, um desentendimento envolvendo Raphinha e Tagliafico gerou tumulto no gramado. “Falou muito antes do clássico”, gesticulou Otamendi em direção ao brasileiro, em referência a declarações dadas pelo atacante na véspera da partida.
Trocas não mudam o cenário no segundo tempo
Dorival Júnior promoveu três substituições no intervalo: Endrick, Léo Ortiz e João Gomes entraram nas vagas de Rodrygo, Murillo e Joelinton. Ainda assim, o Brasil permaneceu dominado.
Logo no início da segunda etapa, Ortiz errou na saída de bola e entregou para Álvarez, que quase marcou o quarto. Aos oito, De Paul cobrou falta rasteira para o atacante, que foi travado no cruzamento. Na sequência, Almada recebeu e finalizou por cima.
As jogadas ensaiadas da Argentina continuavam envolvendo a defesa brasileira, e Tagliafico quase ampliou após cobrança rápida de falta. Aos 24 minutos, Giuliano Simeone — filho do técnico Diego Simeone — entrou no lugar de Almada e, pouco depois, aproveitou cruzamento desviado para marcar o quarto gol, nas costas de Arana.
Raphinha ainda acertou o travessão em cobrança de falta, e Bento salvou mais uma finalização de longa distância de Paredes. Já nos acréscimos, De Paul quase fez o quinto, em nova tentativa de fora da área.
Provocações antes da bola rolar
O clima da partida começou a se intensificar ainda antes do apito inicial. Em entrevista ao ex-jogador Romário, Raphinha declarou que pretendia “dar porrada nos argentinos” e fazer um gol.
A provocação teve resposta imediata da Associação do Futebol Argentino (AFA), que publicou um vídeo com trilha sonora de The Hanging Tree, tema de Jogos Vorazes, mostrando lances da seleção argentina contra o Brasil.