Menino veio ao mundo no final de julho em Ohio; embrião foi formado em 1994 e permaneceu armazenado até 2024
Nascimento inédito pode representar marco na história da fertilização in vitro
Um bebê nascido no estado de Ohio, nos Estados Unidos, pode ter quebrado o recorde mundial de maior tempo de congelamento de um embrião até resultar em nascimento com vida. O pequeno Thaddeus Daniel Pierce veio ao mundo no sábado, 26 de julho, fruto de um embrião que foi mantido congelado por mais de três décadas.
Se confirmada, a marca superaria o recorde anterior, estabelecido em 2022, quando gêmeos foram gerados a partir de embriões preservados desde 1992.
Embrião foi formado em 1994 e adotado por casal após sete anos de tentativas
Os pais, Lindsey Pierce, de 35 anos, e Tim Pierce, de 34, enfrentavam dificuldades para engravidar havia sete anos quando decidiram adotar um embrião. O material genético havia sido originalmente criado em 1994 por Linda Archerd e seu então marido, por meio de fertilização in vitro. Na época, foram formados quatro embriões — um deles originou a filha biológica do casal, hoje com 30 anos, enquanto os demais permaneceram congelados.
Linda Archerd, atualmente com 62 anos, recusou-se a destruir os embriões remanescentes, doá-los à pesquisa científica ou disponibilizá-los anonimamente. Seu desejo era manter uma conexão emocional com a nova criança, permitindo que ela pudesse futuramente se relacionar com sua filha adulta.
Adoção por meio de programa cristão possibilitou escolha dos pais adotivos
Durante quase 30 anos, Archerd arcou com os custos anuais de armazenamento dos embriões, até encontrar o programa Snowflakes, administrado pela agência cristã Nightlight Christian Adoptions. A organização é especializada na mediação de adoções de embriões e permite aos doadores selecionar o casal receptor com base em critérios como religião, etnia e nacionalidade.
Archerd optou por doar os embriões a um casal cristão, branco e residente nos Estados Unidos. Assim, chegou até Lindsey e Tim Pierce, que realizaram o processo de fertilização na clínica Rejoice Fertility, localizada no Tennessee.
“Não queríamos bater recorde, só formar uma família”, diz mãe
Em entrevista à MIT Technology Review, Lindsey contou que jamais imaginou protagonizar um caso com potencial para entrar no livro dos recordes. “Tudo o que queríamos era ter um bebê”, afirmou. Para ela, o nascimento de Thaddeus teve ares de ficção científica.
Já Linda Archerd revelou ainda não ter conhecido o menino pessoalmente, mas relatou notar semelhanças físicas com sua filha biológica. A experiência, segundo ela, reforça o vínculo entre as duas crianças, mesmo separadas por décadas de história.