Governo Milei justifica medida pelos custos de manutenção da adesão ao organismo internacional.
A Argentina oficializará sua saída da Organização Mundial da Saúde (OMS), conforme anunciado nesta quarta-feira (5) pelo porta-voz presidencial, Manuel Adorni. A decisão ocorre poucos dias após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter determinado a retirada do país do organismo internacional, que é vinculado à Organização das Nações Unidas (ONU).
De acordo com o jornal argentino La Nación, o presidente Javier Milei assinará um decreto formalizando a decisão, que marca o início de uma série de retiradas da Argentina de organismos multilaterais. Fontes do governo justificam a medida pelo custo de participação, estimado em cerca de US$ 10 milhões anuais (aproximadamente R$ 58 milhões). Além disso, mencionam despesas com salários, diárias e assessores do representante argentino na entidade.
A proximidade entre Milei e Trump tem sido evidente desde que o argentino assumiu a presidência, em dezembro de 2023. Ambos são conservadores e compartilham posicionamentos ideológicos semelhantes, o que pode ter influenciado a decisão de Buenos Aires de seguir os passos de Washington.
OMS e sua atuação global
Criada em 7 de abril de 1948, a OMS é uma agência especializada da ONU com sede em Genebra, na Suíça. Desde julho de 2017, é dirigida por Tedros Adhanom. A organização coordena esforços internacionais no combate a surtos de doenças e financia programas para prevenção e tratamento de enfermidades em todo o mundo.
Trump e a retirada dos EUA da OMS
No primeiro dia de seu segundo mandato, Donald Trump ordenou a suspensão imediata de qualquer repasse de fundos do governo dos EUA para a OMS. Posteriormente, anunciou a ruptura das relações do país com o organismo, redirecionando os recursos para outras iniciativas de saúde.
Segundo Trump, a OMS teria sido “pressionada” pela China a fornecer “direcionamentos equivocados” sobre a pandemia de Covid-19, prejudicando a resposta global à crise sanitária. Durante seu primeiro mandato, o republicano já havia ameaçado retirar os EUA da entidade, acusando-a de sofrer influência excessiva do governo chinês nos primeiros meses da pandemia.
A OMS lamentou a decisão norte-americana e expressou esperança de que o governo dos EUA possa reconsiderar sua posição no futuro.