Mudança de esquema rompe com modelo adotado desde a gestão Tite; técnico destaca opções criativas e aposta na versatilidade dos jogadores.
A seleção brasileira entra em campo nesta quinta-feira (5), em Guayaquil, para enfrentar o Equador pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026 com novidades táticas sob o comando de Carlo Ancelotti. A estreia do treinador italiano deve marcar o fim da tradicional formação com pontas abertas, utilizada desde a “era Tite”, e a adoção de novos arranjos táticos baseados na versatilidade do elenco.
Em entrevista coletiva concedida na quarta-feira (4), Ancelotti indicou uma possível escalação e explicou as razões por trás das mudanças. Segundo o treinador, a equipe conta com jogadores que oferecem diferentes possibilidades de jogo, com destaque para os meias Gerson, Bruno Guimarães e os jovens Andrey Santos e Andreas Pereira.
“Essa equipe tem muita qualidade no meio, porque Gerson tem uma boa qualidade não só para jogar na construção, mas no jogo entre linhas, como Bruno está acostumado a jogar. Cada jogador tem suas características, e cada jogo temos que mudar. Andrey tem muita qualidade, eu não conhecia muito. Vi nesses últimos dias e me parece um meia completo. O Andreas também muito bem”, afirmou o técnico.
Nova configuração no ataque e defesa mais compacta
A provável escalação testada por Ancelotti no treino de terça-feira (3) indica Alisson no gol; Vanderson, Marquinhos, Alexsandro Ribeiro e Alex Sandro na linha defensiva; Casemiro, Bruno Guimarães, Gerson e Estêvão no meio-campo; Richarlison e Vinicius Júnior no setor ofensivo.
O esquema tático adotado aparenta ser um 4-4-2 com dois atacantes e um meio-campista ofensivo, configuração que difere do tradicional 4-3-3 com pontas abertos. Essa alteração segue o padrão tático que consagrou Ancelotti no comando do Real Madrid, onde conquistou títulos como a Liga dos Campeões e a La Liga.
Como alternativa, o treinador estuda ainda utilizar um esquema com três zagueiros — Danilo, Marquinhos e Alexsandro Ribeiro — enquanto Vanderson e Alex Sandro atuariam como alas. Nesse caso, o meio seria formado por Casemiro, Andreas Pereira e Andrey Santos, com Vini Jr. e Richarlison no ataque.
A flexibilidade tática é uma das marcas do técnico, que molda o esquema conforme as características dos atletas disponíveis. Essa abordagem também foi adotada no início de sua carreira, como na Juventus durante a temporada 1999/2000.
Estêvão pode ser titular pela primeira vez
Uma das principais novidades no time titular pode ser a presença do jovem Estêvão, do Palmeiras. Caso a escalação se confirme, será a primeira vez que o meia começa uma partida oficial com a camisa da seleção principal. Ancelotti destacou o talento e o comportamento do atleta: “É um jogador com talento extraordinário, muito jovem. Do que eu o conheci, é um jogador com caráter, humilde, com personalidade, com gana. Temos que ter um pouco cuidado e sermos pacientes, buscarmos a sua posição, é um jogador muito importante para o futuro da seleção”.
O retorno de Richarlison e Casemiro ao time também chama atenção. Ambos estavam fora das convocações há mais de um ano. Já o zagueiro Alexsandro Ribeiro pode estrear na seleção como titular, ampliando o número de novidades entre os 11 iniciais.
Raphinha suspenso e Antony como alternativa
Para a estreia, Ancelotti não poderá contar com o atacante Raphinha, suspenso após receber o terceiro cartão amarelo na derrota para a Argentina, na última Data Fifa. A ausência abre espaço para Estêvão ou para Antony, jogador do Manchester United, que já vinha sendo observado de perto pelo treinador.
Outras possibilidades testadas envolvem Andrey Santos e Andreas Pereira no lugar de Gerson ou Bruno Guimarães, o que reforça a ideia de que a formação titular pode variar conforme a leitura tática da partida.