Itens essenciais como carne, café, óleo de soja e leite longa vida registraram forte alta ao longo do ano.
Os preços dos alimentos e de outros produtos básicos tiveram um aumento significativo em 2024. Segundo levantamento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), uma cesta com 12 dos principais itens vendidos no varejo apresentou uma valorização de 14,22% no período de 12 meses, em comparação com 2023. Com isso, o custo médio dessa cesta no país subiu de R$ 302,24 em dezembro de 2023 para R$ 345,23 no mesmo mês de 2024.
Entre os produtos que mais encareceram estão os cortes dianteiros da carne bovina, com alta de 25,25%, além do café torrado e moído (+39,60%), óleo de soja (+29,22%), leite longa vida (+18,83%), arroz (+8,24%) e queijo muçarela (+3,75%). Os dados fazem parte da pesquisa Consumo nos Lares, divulgada nesta quinta-feira (30).
Por outro lado, alguns itens apresentaram queda nos preços. O feijão liderou a lista, com redução de 8,58%, seguido pela margarina cremosa (-5,24%). Também tiveram recuo o açúcar refinado (-0,41%), a farinha de trigo (-2,75%), a farinha de mandioca (-1,77%) e a massa sêmola de espaguete (-0,15%).
Além dos alimentos, a Abras também calcula o custo médio de uma cesta ampliada, composta por 35 produtos que incluem itens de higiene e cuidados pessoais. Nesse caso, a alta foi de quase 10%, passando de R$ 722,57 em dezembro de 2023 para R$ 794,56 no final de 2024.
Consumo cresce apesar da inflação
Mesmo com a alta nos preços, o consumo nos lares brasileiros avançou 3,72% ao longo do ano, impulsionado pelo crescimento da renda real e pela manutenção do nível de emprego. Em dezembro de 2024, o aumento foi de 7,23% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Já na comparação com novembro, o avanço foi ainda mais expressivo, chegando a 12,81%.
Segundo o vice-presidente da Abras, Márcio Milan, o cenário reflete a melhora no mercado de trabalho e o impacto sazonal da injeção do 13º salário na economia. “O aumento do emprego e da renda resultou em maior consumo das famílias, com destaque para a forte aceleração a partir de novembro”, afirmou.