A queda de 80% das exportações de carne bovina para os EUA e as possíveis consequências para o mercado interno
Por Jeverson Missias *
Nos últimos três meses, as exportações de carne bovina brasileira para os Estados Unidos enfrentaram uma queda drástica de 80%, reflexo das novas tarifas impostas pelo governo de Donald Trump. Entre abril e junho de 2025, o volume de carne bovina exportado passou de 47,8 mil toneladas para apenas 9,7 mil toneladas, um retrocesso alarmante. Em abril, com a introdução de uma tarifa adicional de 10%, a queda já havia sido significativa. No entanto, foi em junho que o impacto foi mais evidente, com o volume de vendas caindo para níveis históricos.
O impacto dessa redução não se restringe apenas ao comércio bilateral. A partir de 1º de agosto, os Estados Unidos aplicarão uma nova tarifa de 50% sobre a carne bovina brasileira, o que pode agravar ainda mais o cenário. Para muitos produtores brasileiros, o mercado americano era um dos mais lucrativos, e agora, com essa imposição, a busca por novos destinos para a carne começa a ser uma realidade.
Efeitos no mercado interno: possibilidade de redirecionamento e aumento de promoções
Com a redução nas exportações, há a possibilidade de que a produção excedente seja redirecionada para o mercado interno. Isso pode gerar um aumento na oferta de carne bovina no Brasil, o que, por sua vez, pode levar a uma queda nos preços ou ao surgimento de promoções em canais de varejo. A população pode começar a observar ofertas e descontos em diferentes pontos de venda, como supermercados e açougues, à medida que os produtores tentam escoar o excedente.
Além disso, o governo brasileiro está analisando alternativas para mitigar os impactos da tarifa americana. O Brasil não pretende retaliar, mas o cenário atual exige soluções rápidas para evitar uma possível desvalorização da carne nacional. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já indicou que alternativas estão sendo preparadas para proteger tanto os produtores quanto os consumidores brasileiros.
Impacto político e econômico: de Bolsonaro a Lula
A queda nas exportações de carne também coloca os dois ex-presidentes em posição de destaque no debate econômico. Durante o governo Bolsonaro, a relação comercial com os Estados Unidos passou por altos e baixos, mas as tarifas aplicadas por Trump podem ser vistas como um golpe para a atual administração de Lula. A pergunta que fica é: qual será o impacto dessa queda para o governo atual? A carne bovina brasileira, símbolo de exportação do Brasil, pode sofrer uma reconfiguração no mercado interno, dependendo das ações que o governo tomar para garantir a estabilidade do setor.
Portanto, a questão não se resume a uma disputa ideológica entre os dois ex-presidentes. Trata-se de um cenário econômico em que o Brasil terá que se reinventar, redirecionando suas exportações e, possivelmente, reconfigurando o mercado interno. Seja com a picanha do Lula ou do Bolsonaro, o futuro da carne bovina brasileira dependerá da adaptação do país a essas novas condições impostas pelo mercado internacional e pelas medidas políticas que estão sendo tomadas para proteger a economia nacional.
O futuro da carne bovina brasileira:
Em um momento de crise nas exportações, o Brasil poderá ter que se adaptar e buscar novos mercados para seus produtos, com uma possível readequação de estratégias comerciais para minimizar os danos econômicos causados pelas tarifas.
