Inundações e deslizamentos atingem Indonésia, Tailândia e Malásia; autoridades alertam que número de vítimas pode crescer com avanço dos resgates
As enchentes provocadas por chuvas intensas no Sudeste Asiático já resultaram em mais de 500 mortes na Indonésia, Tailândia e Malásia, segundo balanços oficiais divulgados neste domingo (30). Há ainda centenas de pessoas desaparecidas, especialmente em áreas de difícil acesso.
O cenário mais crítico está na ilha de Sumatra, onde inundações e deslizamentos causados por chuvas torrenciais deixaram ao menos 417 mortos nos últimos dias. Na Tailândia, as autoridades confirmaram 170 óbitos, enquanto a Malásia registrou duas mortes relacionadas aos temporais.
Monções e tempestade tropical agravam a situação
Os alagamentos foram potencializados pela combinação das chuvas da estação das monções com um sistema de tempestade tropical que atingiu simultaneamente os três países. Diversas comunidades ficaram isoladas, com moradores ilhados sobre telhados e vias completamente submersas.
Com a redução gradual do nível da água em algumas regiões, equipes de emergência iniciaram operações de resgate e trabalhos para restaurar serviços interrompidos, como fornecimento de energia elétrica e comunicações.
Durante cerca de uma semana, extensas áreas foram castigadas por precipitações intensas associadas a ciclones e à formação de uma rara tempestade tropical no Estreito de Malaca, ampliando o impacto dos desastres naturais.
Crise humanitária se estende ao sul da Ásia
Além do Sudeste Asiático, as autoridades confirmaram quase 200 mortes provocadas pela passagem de um ciclone na ilha do Sri Lanka, no sul da Ásia. Mais de 200 pessoas seguem desaparecidas.
Na Indonésia, os serviços de emergência enfrentam dificuldades para alcançar comunidades isoladas em Sumatra. Já no sul da Tailândia, hospitais precisaram recorrer a caminhões refrigerados para armazenar corpos após a lotação dos necrotérios.
Número de mortes pode aumentar em Sumatra
Autoridades locais em Sumatra indicam que ao menos 303 pessoas morreram em decorrência das enchentes e dos deslizamentos da última semana, com quase 280 desaparecidos. O chefe da Agência Nacional de Mitigação de Desastres, Suharyanto, alertou que o total de vítimas tende a crescer à medida que equipes conseguem acessar áreas remotas.
Segundo ele, há indícios de vítimas em localidades ainda inacessíveis por terra ou ar. A polícia provincial informou que as operações seguem concentradas no resgate e na assistência humanitária, enquanto aguarda melhora das condições climáticas para uso de helicópteros.
Críticas e colapso na infraestrutura do sul da Tailândia
No sul da Tailândia, uma das regiões mais afetadas, moradores da cidade de Hat Yai permaneceram horas aguardando resgate sobre telhados de casas. A maioria das mortes ocorreu na província de Songkhla, onde a infraestrutura hospitalar entrou em colapso diante do elevado número de vítimas.
Autoridades locais admitem que o balanço seguiu aumentando conforme o recuo das águas permitiu mapear com mais precisão a extensão dos danos.
Eventos extremos e mudanças climáticas
A temporada anual de monções, normalmente entre junho e setembro, costuma provocar enchentes e deslizamentos na região. Desta vez, porém, a intensidade das chuvas foi ampliada pela atuação de uma tempestade tropical, resultando em um dos episódios mais letais dos últimos anos na Indonésia e na Tailândia.
Especialistas afirmam que o aquecimento global tem alterado padrões climáticos, tornando as tempestades mais duradouras e intensas. Oceanos mais quentes favorecem sistemas de baixa pressão mais fortes, enquanto a atmosfera aquecida retém maior volume de umidade, intensificando as chuvas.
Segundo analistas climáticos da Malásia, eventos extremos como os registrados nas últimas semanas tendem a se tornar mais frequentes e severos com a elevação contínua das temperaturas globais.



