Taxa cai para 5,4% no trimestre encerrado em outubro, o menor nível desde o início da série do IBGE, em 2012
A taxa de desemprego voltou a recuar no Brasil após permanecer estável por três meses no menor patamar já registrado. No trimestre encerrado em outubro, o índice caiu para 5,4%, estabelecendo um novo recorde histórico desde o início da série da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, em 2012. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado ficou abaixo das expectativas do mercado financeiro, que projetavam taxa de 5,5%, de acordo com a mediana das estimativas reunidas pelo Valor Data. Em relação ao mesmo período do ano anterior, quando o desemprego estava em 6,2%, houve recuo de 0,7 ponto percentual.
Menor contingente de desocupados da série
O número de pessoas sem trabalho também atingiu o menor nível já observado pela pesquisa. Ao todo, 5,91 milhões de brasileiros estavam desocupados no trimestre encerrado em outubro. O contingente apresentou queda de 3,4% frente ao trimestre móvel anterior, encerrado em julho — uma redução de 207 mil pessoas — e recuo de 11,8% na comparação anual, o equivalente a 788 mil pessoas a menos.
Apesar da queda no desemprego, o total de pessoas ocupadas manteve-se praticamente estável, em 102,5 milhões, permanecendo em patamar recorde. O destaque ficou para o emprego formal: o número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado alcançou 39,182 milhões, o maior nível da série histórica.
Segundo o IBGE, o elevado nível de ocupação tem contribuído para a redução da pressão por novas vagas. “O contingente expressivo de pessoas ocupadas observado nos últimos trimestres reduz a busca por trabalho e, como consequência, a taxa de desocupação segue em queda, alcançando o menor valor da série histórica”, afirmou Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas Domiciliares do instituto.
Renda média e massa salarial batem recorde
Além da melhora nos indicadores do mercado de trabalho, a renda média real dos trabalhadores também renovou recorde. No trimestre encerrado em outubro, o valor chegou a R$ 3.528, acima dos R$ 3.507 registrados no período imediatamente anterior.
A massa de rendimentos da população ocupada também alcançou o maior patamar da série, totalizando R$ 357,3 bilhões. O indicador permaneceu estável no trimestre, mas apresentou crescimento de 5,0% na comparação anual, o que representa um acréscimo de R$ 16,9 bilhões.
Os dados reforçam o cenário de aquecimento do mercado de trabalho brasileiro, com avanços tanto na geração de empregos formais quanto no rendimento da população ocupada, mantendo a taxa de desemprego em níveis historicamente baixos.
