Vítima tinha histórico de denúncias contra policiais e condenações por crimes financeiros
Execução no Jardim Anália Franco
O doleiro Luis Francisco Caselli, 61, foi morto a tiros na noite de segunda-feira (24) no Jardim Anália Franco, área de classe média alta da zona leste de São Paulo. O ataque ocorreu por volta das 18h30, quando ele dirigia um veículo blindado, mas com a janela do motorista aberta.
Dinâmica do ataque
Caselli trafegava pela rua Luís dos Santos Cabral e reduziu a velocidade enquanto um carro à frente entrava na garagem de um prédio. Nesse momento, dois homens em uma motocicleta se aproximaram. Após uma breve conversa com a vítima, o homem na garupa efetuou ao menos três disparos.
O atirador chegou a descer da moto e foi até a traseira do Volkswagen T-Cross conduzido por Caselli. Ele se abaixou e tentou retirar um rastreador, mas não conseguiu. A dupla fugiu na sequência.
Ferido, o doleiro perdeu o controle da direção. O carro desceu desgovernado, bateu em um veículo estacionado e depois atingiu uma árvore. Caselli foi socorrido e levado ao Hospital Municipal do Tatuapé, onde morreu.
Investigação do homicídio
Os suspeitos ainda não foram identificados. Até o momento, ninguém foi preso. A Polícia Civil apreendeu um celular, o rastreador e um caderno de anotações pertencentes à vítima. O caso foi registrado como homicídio no 30º Distrito Policial, no Tatuapé.
Denúncias e conflitos com policiais
Caselli ficou conhecido em 2002, quando denunciou o pagamento de propinas a policiais envolvidos em um esquema de corrupção e extorsão. As revelações o colocaram em rota de colisão com integrantes das forças de segurança.
Prisões e condenações anteriores
Em 2017, ele foi preso por ordem da 9ª Vara Federal de Campinas, responsável por ações de crimes financeiros e lavagem de dinheiro. Era investigado por integrar uma organização criminosa ligada à extorsão e usurpação de função.
Na ocasião, foi detido junto de um delegado da Polícia Federal acusado de extorquir suspeitos. Caselli acabou condenado por tráfico de influência. A pena inicial — seis anos e nove meses — foi reduzida pelo TRF-3 para cinco anos e três meses de reclusão. Ele tentou levar o caso ao STF, mas o recurso não prosperou.
Fraudes e falsificações
Em 2005, o doleiro foi detido em flagrante sob suspeita de aplicar golpes em anunciantes de um site de compras. Usando uma identidade falsa em nome de Celso Vagner Diniz Lopes, se apresentava como procurador da República, procurador de Justiça ou servidor do Tribunal de Alçada Criminal. Os pagamentos eram feitos com cheques roubados e adulterados. Pelo menos 12 vítimas o reconheceram.
O flagrante ocorreu na avenida Paulista, quando foi preso por uso de documento falso.



