Decisão amplia tensão diplomática e levanta hipóteses sobre possível ação militar na Venezuela
Washington endurece postura contra Caracas
Os Estados Unidos oficializaram nesta segunda-feira (24) a inclusão do chamado Cartel de los Soles na lista de organizações terroristas. A medida, que equipara o grupo a facções como o Tren de Aragua e o cartel de Sinaloa, foi justificada pelo suposto envolvimento da rede na importação de drogas para território americano. O presidente Donald Trump acusa Nicolás Maduro de liderar o cartel, acusação que o regime venezuelano nega veementemente.
Reação imediata do governo venezuelano
O regime de Caracas classificou a decisão como uma “mentira ridícula”. Em comunicado, o ministro das Relações Exteriores, Yván Gil, afirmou: “A Venezuela rejeita categórica, firme e absolutamente a nova e ridícula invenção do secretário do Departamento de Estado dos EUA, Marco Rubio, que designa o inexistente Cartel de los Soles como uma organização terrorista”. Gil acrescentou que a medida revive “uma mentira infame e vil para justificar uma intervenção ilegítima e ilegal” contra o país.
Pressão militar no Caribe
A decisão ocorre em meio a uma escalada de tensões. Washington determinou mobilização militar significativa na região caribenha, com o envio de tropas, navios de guerra e aeronaves para áreas próximas à Venezuela. Maduro demonstrou preocupação de que a nova classificação seja usada como justificativa para uma ação militar, embora especialistas ressaltem que a medida, por si só, não autoriza intervenção direta.
Histórico de acusações e disputas
O Departamento do Tesouro americano já havia congelado ativos ligados ao Cartel de los Soles em julho, proibindo negócios com empresas e cidadãos dos EUA. O nome do grupo faz referência à insígnia solar utilizada por generais venezuelanos. Apesar disso, organizações como o InSight Crime consideram “uma simplificação excessiva” atribuir a liderança do cartel a Maduro, descrevendo-o mais como um sistema de corrupção envolvendo militares e políticos em cooperação com traficantes.
Operações e diplomacia regional
Segundo a agência Reuters, os EUA devem iniciar uma nova fase de operações relacionadas à Venezuela nos próximos dias, embora não haja definição sobre escopo ou momento exato. Paralelamente, o chefe do Estado-Maior Conjunto, general Dan Caine, iniciou visitas a Porto Rico e Trinidad e Tobago, com encontros voltados ao fortalecimento da estabilidade regional e ao combate ao crime organizado transnacional.



