Advogado-geral da União ocupará vaga deixada por Luís Roberto Barroso, que se despede da Corte após 12 anos
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva oficializou nesta quinta-feira (20) a indicação de Jorge Messias, atual advogado-geral da União, para a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), aberta com a saída de Luís Roberto Barroso.
Messias foi recebido por Lula no Palácio da Alvorada, onde o chefe do Executivo fez o convite formal. A informação foi confirmada por fontes do (R7 Planalto). O anúncio oficial deve ocorrer nas próximas horas.
Com 45 anos, Messias é considerado homem de confiança do presidente e do Partido dos Trabalhadores. Sua trajetória profissional está intimamente ligada à legenda, e dentro do governo é reconhecido como profundo conhecedor do ordenamento jurídico e das instituições.
Desde o início do atual mandato presidencial, em 2023, Messias ocupa o cargo de advogado-geral da União. Sua atuação tem sido vista como firme na defesa dos interesses do governo perante o Judiciário.
De confissão (evangélica), Messias vinha conquistando respaldo entre lideranças religiosas, segundo aliados do presidente. A escolha é interpretada como um gesto de aproximação de Lula com esse segmento, em movimento semelhante ao do ex-presidente Jair Bolsonaro ao indicar André Mendonça para o STF.
Messias ganhou notoriedade em 2015, quando ocupava o posto de subchefe para Assuntos Jurídicos da Presidência da República. Na ocasião, uma gravação divulgada pelo então juiz Sérgio Moro mostrava uma conversa entre a presidente Dilma Rousseff e Messias, cujo áudio levou à confusão de seu nome como “(Bessias)”.
Perfil e trajetória
Procurador da Fazenda Nacional desde 2007, Messias já exerceu funções como subchefe para Assuntos Jurídicos da Presidência da República, secretário de Regulação e Supervisão da Educação Superior no Ministério da Educação e consultor jurídico nos ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Inovação.
É graduado em Direito pela Faculdade de Direito do Recife (UFPE), com mestrado e doutorado pela Universidade de Brasília (UnB).
Entre os nomes cotados para a vaga estavam o ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG), favorito entre parlamentares que sabatinam e votam as indicações ao Supremo. Também havia pressão de setores da sociedade civil para que Lula escolhesse uma mulher para compor a Corte.

