Alckmin diz que fatia de produtos brasileiros livres de sobretaxas nos EUA passou de 23% para 26%, mas ressalta que tarifa de 40% ainda pesa sobre setores estratégicos
Aumento da participação brasileira no mercado americano
O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) afirmou neste sábado (15) que a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de reduzir tarifas sobre a importação de carne bovina, tomate, café e banana ampliou de 23% para 26% a parcela das exportações brasileiras que chegam ao mercado americano sem cobranças adicionais. A estimativa considera o desempenho de cerca de US$ 40 bilhões exportados no ano passado, impulsionada principalmente pela retirada das tarifas aplicadas ao suco de laranja.
Impacto real das reduções tarifárias
Segundo Alckmin, pouco mais de US$ 10 bilhões do total exportado pelo Brasil deve escapar das sobretaxas impostas pela atual administração americana. O vice-presidente destacou que a medida não elimina completamente tarifas antigas, mas reduz significativamente o peso das alíquotas acrescidas recentemente. Ele classificou o avanço como positivo e afirmou que o governo seguirá trabalhando para corrigir desequilíbrios que prejudicam a competitividade nacional.
Sobretaxa de 40% continua afetando setores
Mesmo com a retirada da alíquota global de 10% para determinados produtos, Alckmin lembrou que permanece ativa a sobretaxa de 40% aplicada exclusivamente ao Brasil, considerada por ele excessiva. O café, por exemplo, ganhou alívio com a redução anunciada, mas segue pressionado pelas taxas adicionais. Para o vice-presidente, o tarifaço ainda dificulta a disputa com outros exportadores, embora as alterações promovidas por Trump representem um avanço gradual.
Fatores que influenciaram a decisão americana
Alckmin atribuiu a revisão tarifária a uma combinação de fatores, como a preocupação da Casa Branca com o aumento dos preços internos, pressões do setor empresarial e o esforço da diplomacia brasileira nas negociações bilaterais. A decisão foi formalizada na sexta-feira (14), quando Trump assinou um decreto reduzindo tarifas de alimentos importados para tentar conter a inflação provocada pelo pacote tarifário de abril.
Contexto das tarifas e limites da revisão
O Brasil aparece entre os países mais beneficiados pelo ajuste, especialmente por sua relevância na produção global de café e carne bovina, segundo dados do USDA. O decreto, porém, altera apenas a tarifa de 10% das chamadas “tarifas recíprocas”, mantendo intacta a sobretaxa de 40% sobre o Brasil. O governo americano justifica a revisão com base em critérios de segurança nacional, reforçando a estratégia de Trump de enfrentar déficits comerciais persistentes.
Trump descarta novas reduções
Após a divulgação do decreto, Trump declarou que não pretende adotar novos recuos tarifários. Ele afirmou que o ajuste recente já será suficiente para reduzir preços internos em curto prazo. “Acabamos de fazer um pequeno recuo”, disse o presidente, acrescentando que o mercado americano deve sentir rapidamente os efeitos sobre produtos como o café.



