Alguns membros da direita criticam encontro de Lula com Trump e minimizam avanço em negociações com os EUA
Reunião em Kuala Lumpur
O encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump, realizado neste domingo (26/10) à margem da cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), em Kuala Lumpur, na Malásia, gerou reações divergentes entre aliados de Jair Bolsonaro (PL).
Enquanto Lula destacou a cordialidade da reunião e tratou de pautas como a Venezuela, parlamentares do PL minimizaram os avanços e criticaram o presidente por incluir o país vizinho na conversa com o líder americano.
Críticas de parlamentares bolsonaristas
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou nas redes sociais que o governo brasileiro saiu do encontro “sem absolutamente nenhuma notícia boa para os brasileiros”. Ele rebateu comemorações de senadores do PT, como Humberto Costa (PT-PE), que exaltaram a reunião como uma vitória do diálogo e da soberania nacional.
Eduardo Bolsonaro (PL-SP) reforçou o posicionamento do irmão e destacou a empatia de Trump por Jair Bolsonaro, sugerindo que o republicano espera uma mudança de postura do governo brasileiro no futuro. “A capacidade de @realDonaldTrump se colocar no lugar de @jairbolsonaro e imaginar que, quando sair da presidência, Lula e sua equipe apoiarão a lawfare que certamente Trump sofrerá”, escreveu Eduardo no X.
O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) chegou a questionar a transparência do governo brasileiro: “Deve ser a terceira reunião e os caras que atacam diariamente Trump se fazem de idiotas para enganar outros idiotas”, afirmou.
Tarifa de 50% e “foto para inglês ver”
Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara, responsabilizou o governo Lula pelas tarifas impostas pelos EUA. Evair de Melo (PP-ES) descreveu o encontro como “uma foto para inglês ver”, apontando ausência de acordos concretos.
“Enfim, Lula resolveu agir como presidente de uma grande nação. Depois de quase dois anos bajulando ditadores, atacando o agro e isolando o Brasil, finalmente sentou à mesa com Donald Trump. Mas o resultado? Nenhum. Nenhum acordo, nenhuma proposta, nada de concreto — apenas uma foto pra inglês ver”, escreveu.
Lula e Trump comentam reunião
Após o encontro, Lula afirmou que conversou sobre Bolsonaro com Trump, mas classificou o ex-presidente como “parte do passado da política brasileira”.
Donald Trump, por sua vez, elogiou o presidente brasileiro. “Tivemos uma reunião muito boa… Ele é um cara muito vigoroso e foi muito impressionante”, disse o líder americano, desejando parabéns a Lula pelo aniversário de 80 anos.
Defesa de Bolsonaro e críticas à Justiça
Aliados de Bolsonaro aproveitaram o momento para reforçar a narrativa de que o ex-presidente estaria sendo perseguido pela Justiça brasileira. Bolsonaro foi condenado pelo STF em setembro a 27 anos e 3 meses de prisão por golpe de Estado e outros crimes.
O senador Jorge Seif Junior (PL-SC) afirmou que Trump se posicionou em defesa de Bolsonaro, expondo, segundo ele, a crise institucional brasileira. Já o deputado Mauricio Marcon (PODE-RS) classificou como “petulantes” as declarações de Lula sobre a suspensão das sanções aplicadas a ministros do STF pelos EUA, previstas na Lei Magnitsky.
( Com BBC News Brasil )
 
			 
                                
 
	 
	

