Doença registrou mais de 42 mil óbitos no primeiro semestre de 2025; especialistas alertam para prevenção e atendimento rápido
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) permanece como um dos maiores desafios da saúde pública brasileira. Dados do Portal da Transparência dos Cartórios de Registro Civil revelam que a enfermidade foi responsável por 85.442 mortes em 2024, consolidando-se como a segunda principal causa de óbitos no país, atrás apenas das doenças cardiovasculares.
A tendência se mantém em 2025. Somente no primeiro semestre, foram contabilizadas 42.884 mortes por AVC, distribuídas da seguinte forma: 6.737 em janeiro, 6.232 em fevereiro, 6.818 em março, 6.938 em abril, 7.991 em maio e 8.168 em junho.
O AVC ocorre quando há uma interrupção do fluxo sanguíneo em determinada região do cérebro, provocando um déficit neurológico súbito. A condição exige atenção imediata e pode deixar sequelas graves se não for tratada com rapidez.
Em outubro, mês em que se celebra o Dia Mundial de Prevenção do AVC (29.out), especialistas reforçam a importância da conscientização sobre os fatores de risco e os sinais de alerta. O neurologista do Hospital Japonês Santa Cruz, Dr. Flávio Sallem, destaca que o tempo é um fator decisivo para o prognóstico dos pacientes.
“O AVC pode acontecer de forma súbita e exige intervenção imediata. Quanto mais rápido o paciente chega ao hospital, maiores são as chances de recuperação sem sequelas graves. Reconhecer os sinais e agir rápido faz toda a diferença”, afirma.
Como identificar os sinais
Um método simples e eficaz para reconhecer os sintomas iniciais é o acrônimo SAMU:
- S: Sorriso — pode apresentar assimetria facial
- A: Braço — perda súbita de força em um dos membros
- M: Mensagem — fala enrolada ou confusa
- U: Urgência — necessidade de acionar o serviço de emergência pelo número 192
Segundo Dr. Sallem, até 90% dos casos poderiam ser evitados com mudanças no estilo de vida. Entre as principais medidas preventivas estão o controle da pressão arterial, prática regular de atividades físicas, alimentação balanceada e abandono do tabagismo.
“Informação salva vidas e a prevenção é o caminho mais eficaz para reduzir os impactos do AVC na sociedade”, conclui o especialista.