Estratégias para evitar a insônia e a ansiedade após interrupções noturnas incluem sair da cama e evitar o relógio.
O despertar repentino no meio da noite é uma ocorrência frequente para grande parte da população. Dados coletados por especialistas em Saúde da Mulher indicam que aproximadamente 31% dos adultos acordam pelo menos três vezes por semana durante o período de sono, e 8% relatam ter dificuldade para retomar o descanso. Embora pareçam corriqueiros, esses episódios podem não só comprometer o relaxamento noturno, mas também contribuir para o desenvolvimento de quadros mais graves, como a insônia e a ansiedade.
A doutora Rebecca Robbins, professora assistente de medicina na Escola Médica de Harvard e cientista associada na Divisão de Sono e Distúrbios Circadianos do Hospital Brigham and Women’s, explica que essas interrupções fazem parte de um ciclo natural do ser humano. No entanto, os motivos por trás delas são variados. Eles podem estar associados a fatores como o estresse, a necessidade de ir ao banheiro, o consumo de álcool ou certos medicamentos, e até mesmo a quadros de apneia do sono. Além disso, aspectos ambientais, como ruído e luz excessiva, também influenciam diretamente nessas interrupções.
O que deve ser evitado ao acordar?
A especialista é categórica ao indicar a primeira atitude a ser evitada: olhar para o relógio. Segundo a doutora Robbins, esse gesto desencadeia a ansiedade e ativa uma resposta de estresse no organismo, o que complica significativamente o processo de voltar a dormir.
Outra recomendação essencial é não utilizar telas digitais de televisores ou celulares. Tais dispositivos emitem luzes que interrompem o ritmo circadiano do corpo, dificultando o retorno ao estado de sono.
Caso a interrupção tenha sido causada por fatores ambientais, a médica orienta corrigi-los, como ajustar a temperatura inadequada, eliminar a luz excessiva ou reduzir o nível de ruído.
A técnica para retomar o sono
Se o desconforto persistir mesmo após a correção dos fatores ambientais, a doutora sugere sair da cama, mas por um período breve. A meta é quebrar a associação mental entre a cama e a vigília.
Nesse momento, ela recomenda realizar tarefas simples e relaxantes, como a leitura, a prática de exercícios de respiração profunda, alongamentos suaves ou até mesmo atividades manuais, como dobrar roupas. Esses gestos contribuem para a redução do estresse e facilitam o retorno ao sono.
Insônia e rotina consistente
Para indivíduos que enfrentam insônia frequente, o foco deve ser a revisão da higiene do sono e o desenvolvimento de rotinas consistentes. Os especialistas orientam a criação de um ambiente de descanso ideal, ou seja, um quarto fresco, escuro e silencioso, com uma cama confortável.
Também é fundamental manter horários regulares para dormir e acordar, e evitar a utilização de dispositivos eletrônicos antes do momento de deitar. Essas práticas contribuem para uma melhora sustentada na qualidade do sono.
(Fonte: Diário do Litoral)