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Muito além da “Química”

Jeverson by Jeverson
29 de setembro de 2025
in Artigos
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Lula intensifica agenda internacional em meio a escalada comercial com os EUA

© Reuter/Yuri Gripas e Marcelo Camargo/Agência Brasil

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Por Vivaldo Lopes *

A repercussão da parte improvisada do discurso do presidente americano Donald Trump na abertura da Assembleia Geral da ONU foi maior que a parte escrita. Justamente na parte em que, ao falar do encontro casual com Lula, presidente brasileiro, diz que ambos gostaram um do outro, pintou uma “química” e, por iniciativa do americano, teriam combinado uma reunião “na próxima semana”.

Os mercados financeiros e o mundo empresarial dos dois países reagiram positivamente diante da possibilidade de início de negociações comerciais que possam encontrar boa solução para o imbróglio comercial e econômico criado pelo aumento expressivo das tarifas alfandegárias pelo governo americano.

Os impactos do tarifaço sobre as empresas e consumidores americanos mostram que as razões que levaram o presidente americano a iniciar negociações com o Brasil vão além da química pessoal.

Vários fatores podem ter contribuído para o presidente americano mostrar sinais de flexibilização e abrir negociações baseadas apenas em aspectos comerciais convergentes para ambos os países.

Houve forte movimentação de empresários brasileiros e americanos sobre deputados, senadores, assessores da Casa Branca e encontros diretamente com Donald Trump. A imprensa nacional publicou reportagem mostrando que, duas semanas antes do encontro na assembleia da ONU, o empresário Joesley Batista, acionista controlador do Grupo JBS, foi recebido pelo presidente americano para tratar dos embargos às exportações brasileiras. Líder mundial em produção de carne bovina, a JBS é dona da gigante da indústria alimentícia americana Tyson Foods e da Pilgrim’s Pride, líder na produção de carne de frango nos EUA. A Pilgrim’s Pride foi uma das maiores colaboradoras da campanha de Donald Trump, com doação de US$ 5 milhões para o evento da posse.  

A JBS também é uma das maiores produtoras e exportadoras brasileiras de celulose para os Estados Unidos por meio da indústria Eldorado, localizada em Três Lagoas (MS).

Vários outros expressivos empresários e executivos brasileiros com negócios nos dois países fizeram a mesma movimentação na tentativa de sensibilizar Donald Trump a abrir negociações com as autoridades brasileiras em busca de solução sensata para o problema.

No mercado doméstico, os consumidores americanos começaram a sentir os impactos do tarifaço. Em agosto, a inflação subiu para 2,9% em 12 meses (a meta anual é de 2%), segundo o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), mostrando uma tendência de alta antecipada pelos economistas americanos, na medida que as empresas começam a repassar para os preços os custos das tarifas e de outras políticas de Trump, como a anti-imigração que fez aumentar o custo da mão de obra. A elevação da inflação de alimentos deriva do aumento de preços de café, cujo maior fornecedor é o Brasil, carne bovina, frutas e vegetais frescos (escassez de mão de obra). A carne bovina teve aumento de 7,3% em agosto.

Além da inflação de alimentos, o CPI de agosto registrou aumentos em roupas, energia, peças automotivas e motores elétricos. Grande parte dos especialistas em macroeconomia dos EUA concorda que há um aumento de inflação contratada pelas tarifas alfandegárias, havendo ainda discussões sobre o momento de maior impacto, que dependerá de possíveis flexibilizações por parte do governo americano e resiliência das empresas americanas em repassar todo o aumento de custos para o consumidor final.

Não há dúvidas que o tarifaço foi ruim para os exportadores brasileiros. Mas, ainda assim, as empresas americanas continuaram importando parte expressiva do que importavam antes da carne bovina brasileira. E pagando preço maior. Provavelmente pela dificuldade para desenvolver em curto prazo nova cadeia de suprimentos.

Chama atenção o fato de o Brasil ter aumentado as exportações de carnes para o Paraguai (967%), México (112%) e Uruguai (28%). Ao mesmo tempo, esses países aumentaram suas exportações para os Estados Unidos. Curiosamente, a JBS possui plantas industriais nos três países, sugerindo uma possível “triangulação”, apesar de negativas por parte da Associação Brasileira da Indústria de Carne (ABIEC).

O Brasil, por sua vez, encontrou novos mercados para os produtos sobretaxados pelos americanos. Dados divulgados na semana passada pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que as vendas externas de carne bovina caminham para um recorde em 2025, mesmo perdendo vendas para os EUA. Nas três primeiras semanas de setembro as exportações de carne bovina chegaram a 14 mil toneladas, bem acima das 12,8 mil toneladas de agosto. Nesse ritmo, tudo indica que as vendas de carne “in natura” em 2025 devem superar as de 2024.

A realidade dos impactos das tarifas alfandegárias nas empresas e nos consumidores americanos e a rápida ação das empresas brasileiras em busca de soluções mercadológicas explicam que fatores econômicos foram mais relevantes para um possível avanço nas negociações do que simplesmente a “excelente química” entre os dois presidentes.

* Vivaldo Lopes, economista formado pela UFMT, onde lecionou na Faculdade de Economia. É pós-graduado em MBA- Gestão Financeira Empresarial pela FIA/USP (vivaldo@uol.com.br).
Tags: Agenda de negócios Brasil e EUAArtigosBrasil x EUADonald TrumpLulaONUTarifaçoVivaldo Lopes
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