Bombardeios com drones e mísseis deixam mortos em Kiev e feridos em várias regiões; Polônia aciona caças após violações do espaço aéreo
Kiev sob ataque
A Rússia promoveu, entre a noite de sábado (27) e a madrugada de domingo (28), uma das maiores ofensivas contra a Ucrânia nos últimos meses, com o lançamento de centenas de drones e mísseis em diferentes regiões do país. Segundo autoridades ucranianas, os ataques resultaram na morte de quatro pessoas em Kiev — entre elas, uma menina de 12 anos — e feriram dezenas em todo o território.
O episódio ocorre pouco mais de um mês após outro bombardeio à capital ucraniana, que deixou ao menos 21 mortos. De acordo com a Força Aérea da Ucrânia, Moscou disparou 595 drones explosivos e 48 mísseis. As defesas aéreas conseguiram neutralizar 566 drones e 45 mísseis, mas alvos civis foram atingidos, incluindo prédios residenciais, uma unidade médica e um jardim de infância, informou o prefeito de Kiev, Vitali Klitschko.
Feridos em diferentes regiões
O presidente Volodimir Zelenski confirmou que os ataques também atingiram outras áreas do país, deixando mais de 40 feridos. Em Zaporizhzhia, o chefe da administração regional, Ivan Fedorov, relatou que três crianças estavam entre os 27 feridos. Mais de 24 edifícios foram danificados apenas na capital regional.
“Este ataque vil ocorreu praticamente no encerramento da semana da Assembleia Geral da ONU, e é exatamente assim que a Rússia declara sua verdadeira posição. Moscou quer continuar lutando e matando e merece apenas a pressão mais severa do mundo”, afirmou Zelenski.
Moscou fala em alvos militares
Em comunicado, o Ministério da Defesa da Rússia afirmou que a ação mirou exclusivamente alvos militares. “As Forças Armadas da Federação Russa lançaram um ataque em massa contra empresas do complexo militar-industrial ucraniano”, declarou a pasta.
Apesar da justificativa, Kiev reforçou que grande parte dos impactos foi registrada em áreas civis, aumentando a pressão internacional contra Moscou.
Violação do espaço aéreo preocupa Europa
A ofensiva russa também gerou tensão nos países vizinhos. A Polônia mobilizou caças após identificar riscos ao seu espaço aéreo, enquanto a Otan acusou Moscou de estar por trás de violações recentes em países aliados. Casos semelhantes envolveram drones russos que caíram em território polonês e caças que invadiram o espaço aéreo da Estônia.
O Kremlin nega envolvimento direto nesses episódios e garante que não pretende atacar membros da aliança militar ocidental. Durante a Assembleia Geral da ONU, o chanceler russo Sergey Lavrov reiterou que Moscou “não tem intenção de atacar a Europa”, mas prometeu “resposta decisiva” em caso de agressões.
Defesa aérea reforçada
Zelenski anunciou que a Ucrânia recebeu de Israel um sistema de defesa aérea Patriot, de fabricação norte-americana, e que outros dois devem ser entregues em breve. A medida foi acertada após a visita do presidente a Nova York, onde participou da Assembleia Geral da ONU.
Embora inicialmente tenha adotado uma postura neutra no conflito, Israel tem se distanciado da Rússia nos últimos meses, sobretudo após a aproximação de Moscou com o Irã e as críticas à ofensiva israelense na Faixa de Gaza.